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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA
Lula terá dois comitês, um em Brasília e outro em SP
Petistas querem reduzir custos, mas sem perder praticidade da capital paulista
Presidente também deve ter
na campanha à reeleição um
tesoureiro exclusivo; objetivo
é evitar que suas contas se
confundam com as do PT
MALU DELGADO
DA REPORTAGEM LOCAL
A campanha do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva à reeleição deverá contar com dois
comitês eleitorais, um em São
Paulo e outro em Brasília.
Os petistas avaliam que a estrutura dupla é necessária em
virtude do quadro novo: o PT
nunca participou de uma disputa presidencial com o candidato no cargo.
Em relação aos custos, os dirigentes consideram que será
mais barato deixar uma estrutura em Brasília para Lula gravar os programas eleitorais a
deslocá-lo a São Paulo. "Como é
uma situação nova, é razoável
que o PT pense em um formato
de campanha eleitoral que
comporte duas estruturas",
disse o secretário de finanças
do partido, Paulo Ferreira.
Segundo dirigentes do PT, é
inviável não montar um comitê
em São Paulo: a capital tem ligações mais rápidas com o resto do país. Centralizar a campanha em Brasília seria um problema, dizem, porque não há
vôos diretos para vários municípios. Quase todos fazem escala em São Paulo.
Em virtude da crise política,
evidenciada pelo esquema de
caixa dois de campanhas do PT
em 2002 e 2004, Lula terá um
tesoureiro e o partido outro.
"Em todas as campanhas
houve uma situação em que a
estrutura de finanças do PT se
transferia para a estrutura de
finanças da campanha eleitoral. O secretário de Finanças do
PT acabava sendo o tesoureiro
da campanha. Isso acabou. Vamos separar o PT da campanha", afirmou Ferreira.
Além disso, o PT não quer
misturar a campanha de Lula
com a de candidatos do partido
nos Estados. Em São Paulo, por
exemplo, há forte resistência
da direção do PT em fundir o
comitê do presidente com o de
Aloízio Mercadante, que disputará o governo estadual.
Mercadante, que tenta colocar sua imagem à de Lula, trabalha no sentido inverso e diz
que conversará com o presidente sobre fundir as coordenações de campanha. "Na agenda, mobilização, campanha,
nós queremos integração."
Os tucanos Geraldo Alckmin
e José Serra, adversários dos
petistas nas campanhas presidencial e estadual, respectivamente, unificaram a estrutura
de campanha em São Paulo.
"Tudo o que puder ser feito
para economizar eu acho positivo", disse Mercadante, que faz
uma única ressalva, em relação
aos tesoureiros: "Seguramente
não serão os mesmos".
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