São Paulo, domingo, 21 de maio de 2006

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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA

Lula terá dois comitês, um em Brasília e outro em SP

Petistas querem reduzir custos, mas sem perder praticidade da capital paulista

Presidente também deve ter na campanha à reeleição um tesoureiro exclusivo; objetivo é evitar que suas contas se confundam com as do PT

MALU DELGADO
DA REPORTAGEM LOCAL

A campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à reeleição deverá contar com dois comitês eleitorais, um em São Paulo e outro em Brasília.
Os petistas avaliam que a estrutura dupla é necessária em virtude do quadro novo: o PT nunca participou de uma disputa presidencial com o candidato no cargo.
Em relação aos custos, os dirigentes consideram que será mais barato deixar uma estrutura em Brasília para Lula gravar os programas eleitorais a deslocá-lo a São Paulo. "Como é uma situação nova, é razoável que o PT pense em um formato de campanha eleitoral que comporte duas estruturas", disse o secretário de finanças do partido, Paulo Ferreira.
Segundo dirigentes do PT, é inviável não montar um comitê em São Paulo: a capital tem ligações mais rápidas com o resto do país. Centralizar a campanha em Brasília seria um problema, dizem, porque não há vôos diretos para vários municípios. Quase todos fazem escala em São Paulo.
Em virtude da crise política, evidenciada pelo esquema de caixa dois de campanhas do PT em 2002 e 2004, Lula terá um tesoureiro e o partido outro.
"Em todas as campanhas houve uma situação em que a estrutura de finanças do PT se transferia para a estrutura de finanças da campanha eleitoral. O secretário de Finanças do PT acabava sendo o tesoureiro da campanha. Isso acabou. Vamos separar o PT da campanha", afirmou Ferreira.
Além disso, o PT não quer misturar a campanha de Lula com a de candidatos do partido nos Estados. Em São Paulo, por exemplo, há forte resistência da direção do PT em fundir o comitê do presidente com o de Aloízio Mercadante, que disputará o governo estadual.
Mercadante, que tenta colocar sua imagem à de Lula, trabalha no sentido inverso e diz que conversará com o presidente sobre fundir as coordenações de campanha. "Na agenda, mobilização, campanha, nós queremos integração."
Os tucanos Geraldo Alckmin e José Serra, adversários dos petistas nas campanhas presidencial e estadual, respectivamente, unificaram a estrutura de campanha em São Paulo.
"Tudo o que puder ser feito para economizar eu acho positivo", disse Mercadante, que faz uma única ressalva, em relação aos tesoureiros: "Seguramente não serão os mesmos".


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