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GOIÁS
Ex-presidente da Assembléia é investigado por desvio de verba
FELIPE BÄCHTOLD
DA AGÊNCIA FOLHA
O ex-presidente da Assembléia Legislativa de Goiás Samuel Almeida (PSDB) é acusado de facilitar um esquema que desviou R$ 500 mil de
cofres públicos através de
funcionários fantasmas e da
igreja à qual é ligado.
Um inquérito da Polícia
Civil, enviado ao Tribunal de
Justiça pelo Ministério Público do Estado, apurou o suposto crime. A Justiça ainda
vai decidir se pede o indiciamento do deputado estadual.
Segundo a apuração, Almeida, que chefiou a Casa de
2005 até fevereiro deste ano,
empregou como assessores
pelo menos 12 funcionários
que nunca foram trabalhar.
O inquérito apurou que os
salários deles, que variavam
entre R$ 3.000 e R$ 7.000,
eram encaminhados a um irmão e a um sobrinho do deputado, ambos pastores da
Igreja Assembléia de Deus.
Um dos meios de repasse
eram doações à igreja. Um
motorista do deputado levava a bancos os empregados,
que sacavam e entregavam o
pagamento, diz a polícia.
O inquérito diz que os participantes do esquema eram
aliciados entre freqüentadores da igreja e empregados da
família do deputado. Uma irmã dele que trabalhava como
assessora é acusada de se beneficiar dos desvios e de
cooptar funcionários. Segundo a polícia, parte dos empregados fantasmas recebia
contribuições de cerca de
R$ 300 a cada salário pago.
Notificado, Almeida, que
tem foro privilegiado, tem
até dia 22 para apresentar
defesa prévia, antes de o TJ
decidir se abre processo.
Os funcionários acusados
de participação no esquema
não vão ser processados por
enquanto, diz a Promotoria,
que entendeu que as pessoas
foram usadas como "instrumento" para os desvios. Todos os assessores citados no
caso foram exonerados.
Outro lado
O advogado de Samuel Almeida nega as acusações de
desvio. Segundo ele, os assessores não davam expediente
na Assembléia, mas trabalhavam em cidades do interior do Estado. O trabalho
deles, que não era feito em
escritórios para economia de
gastos, era "ouvir as bases" e
manter contato com políticos locais, diz o advogado.
Ele afirma que a investigação não apontou Almeida como beneficiário dos supostos
desvios e que o inquérito indica que apenas outros acusados receberam os repasses.
A Folha tentou entrar em
contato com os outros suspeitos de participação, mas
ninguém foi encontrado.
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