São Paulo, segunda-feira, 21 de maio de 2007

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GOIÁS

Ex-presidente da Assembléia é investigado por desvio de verba

FELIPE BÄCHTOLD
DA AGÊNCIA FOLHA

O ex-presidente da Assembléia Legislativa de Goiás Samuel Almeida (PSDB) é acusado de facilitar um esquema que desviou R$ 500 mil de cofres públicos através de funcionários fantasmas e da igreja à qual é ligado.
Um inquérito da Polícia Civil, enviado ao Tribunal de Justiça pelo Ministério Público do Estado, apurou o suposto crime. A Justiça ainda vai decidir se pede o indiciamento do deputado estadual.
Segundo a apuração, Almeida, que chefiou a Casa de 2005 até fevereiro deste ano, empregou como assessores pelo menos 12 funcionários que nunca foram trabalhar.
O inquérito apurou que os salários deles, que variavam entre R$ 3.000 e R$ 7.000, eram encaminhados a um irmão e a um sobrinho do deputado, ambos pastores da Igreja Assembléia de Deus.
Um dos meios de repasse eram doações à igreja. Um motorista do deputado levava a bancos os empregados, que sacavam e entregavam o pagamento, diz a polícia.
O inquérito diz que os participantes do esquema eram aliciados entre freqüentadores da igreja e empregados da família do deputado. Uma irmã dele que trabalhava como assessora é acusada de se beneficiar dos desvios e de cooptar funcionários. Segundo a polícia, parte dos empregados fantasmas recebia contribuições de cerca de R$ 300 a cada salário pago.
Notificado, Almeida, que tem foro privilegiado, tem até dia 22 para apresentar defesa prévia, antes de o TJ decidir se abre processo.
Os funcionários acusados de participação no esquema não vão ser processados por enquanto, diz a Promotoria, que entendeu que as pessoas foram usadas como "instrumento" para os desvios. Todos os assessores citados no caso foram exonerados.

Outro lado
O advogado de Samuel Almeida nega as acusações de desvio. Segundo ele, os assessores não davam expediente na Assembléia, mas trabalhavam em cidades do interior do Estado. O trabalho deles, que não era feito em escritórios para economia de gastos, era "ouvir as bases" e manter contato com políticos locais, diz o advogado.
Ele afirma que a investigação não apontou Almeida como beneficiário dos supostos desvios e que o inquérito indica que apenas outros acusados receberam os repasses.
A Folha tentou entrar em contato com os outros suspeitos de participação, mas ninguém foi encontrado.


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