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Investigado por desvio no BNDES tenta sacar R$ 1 mi
Advogado diz que dinheiro iria para gastos da família
RUBENS VALENTE
DA REPORTAGEM LOCAL
O Coaf (órgão de inteligência
financeira da União) comunicou à Polícia Federal que o empreiteiro Manuel Fernandes de
Bastos Filho -apontado como
um dos líderes do suposto esquema de desvios do BNDES
(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social)
investigado pela Operação Santa Tereza- tentou sacar R$ 1
milhão anteontem de contas
bancárias em São Paulo. O empresário está foragido desde o
último dia 24, quando foi desencadeada a operação policial.
O dinheiro estava em contas
de pessoas "vinculadas" a Bastos Filho, segundo a PF, entre
as quais seu procurador, cujo
nome não foi revelado. O Ministério Público Federal obteve
na 2ª Vara Federal Criminal,
especializada em lavagem de
dinheiro, ordem de bloqueio
das contas envolvidas.
O advogado de Bastos Filho,
Luiz Fernando Pacheco, confirmou ontem à Folha que o
procurador do empresário tentou fazer saque de um valor
"próximo" de R$ 1 milhão.
A operação recebe o nome
técnico de provisionamento (o
banco é avisado com antecedência pelo correntista para
que separe o valor em espécie).
Por lei, os bancos devem informar ao Coaf, ligado ao Ministério da Fazenda, depósitos em
espécie, saques e provisionamentos acima de R$ 100 mil.
O advogado, contudo, negou
que os recursos se destinassem
a Bastos Filho. Segundo ele, o
procurador usaria o dinheiro
para quitar compromissos urgentes, como salários de funcionários da empresa do foragido, além de custear despesas
pessoais de seus familiares.
"Não foi uma tentativa por
parte do Manuel. Partiu de seu
procurador. Manuel é proprietário de uma construtora que
segue trabalhando normalmente, com suas obrigações,
folha de pagamento, INSS",
disse Pacheco. "Essa tentativa
de saque, a meu ver, foi claramente legítima e devidamente
tributada", disse o advogado.
A Polícia Federal informou à
Interpol, organização policial
internacional com 186 países-membros, o interesse em prender Bastos Filho. Os policiais
suspeitam que ele tenha se refugiado em Portugal, terra-natal de seu pai.
Começam hoje os depoimentos dos 13 denunciados pela
Operação Santa Tereza, na 2ª
Vara Federal Criminal, em São
Paulo. Serão ouvidos os primeiros quatro, entre eles o advogado Ricardo Tosto.
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