São Paulo, quarta-feira, 21 de maio de 2008

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Lula, Serra e Kassab trocam elogios em SP

Democrata agradece convênios a petista, que citou ao menos 13 vezes o nome do tucano, que ressaltou "parceria" com presidente

Kassab afaga Marta, que não tinha direito a discursar: "[A gestão Serra-Kassab] soube dar continuidade a ações da gestão anterior"


João Wainer/Folha Imagem
Kassab, Lula e Serra conversam em evento do PAC na favela Heliópolis, em SP, que deverá receber R$ 175 milhões pelo programa

JOSÉ ALBERTO BOMBIG
FERNANDO BARROS DE MELLO
DA REPORTAGEM LOCAL

Em um dia repleto de compromissos no Estado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva dividiu palanques e dirigiu diversos afagos ao prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), candidato à reeleição, e ao governador José Serra (PSDB), nome sempre lembrado para a sucessão do petista no Palácio do Planalto em 2010.
Estes, por sua vez, retribuíram os elogios, e o democrata ainda fez questão de afagar a ex-prefeita e ministra do Turismo, Marta Suplicy (PT).
Em evento do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) na favela de Heliópolis, zona sul de São Paulo, Marta, também provável candidata a prefeita e no mesmo palanque, mostrou desconforto em discurso de Kassab que exaltava a parceria entre ele, Serra e Lula.
O democrata, então, elogiou a ex-prefeita (2001-2004): "Esta administração [Serra-Kassab] soube dar continuidade a ações importantes da gestão anterior". Nesse momento, sem direito a discurso, Marta foi abraçada pelo colega Luiz Marinho (Previdência) e recebeu aplausos da platéia.
Antes, o prefeito havia dito: "Eu queria registrar [o meu agradecimento] a todos, em especial ao presidente Lula, que tem feito uma série de convênios desde o início da nossa gestão, iniciada pelo querido governador José Serra".
Penúltimo a discursar, Serra, assim como Kassab, ambos de partidos de oposição a Lula, ouviu um princípio de vaias, contidas por sinais dos próprios petistas do palanque à platéia, formada por moradores da região que receberá, pelo PAC, R$ 175 milhões de investimentos -R$ 110,5 milhões oriundos do governo federal.
Serra arrancou aplausos quando brincou com o time de Lula, o Corinthians, e disse ter sido eleito "governador de todos os paulistas". Em seguida, ressaltou a "parceria".
"Nós temos uma perspectiva no governo do Estado, que é a da prefeitura e que é a mesma do governo federal. (...) Vamos continuar trabalhando juntos."
Pela manhã, em Santos, Serra, também ao lado de Lula, havia feito uma crítica indireta ao candidato de seu partido a prefeito, Geraldo Alckmin.
O governador também agradeceu ao presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) pela liberação de R$ 1,6 bilhão para as obras do metrô.

"Vou pescar"
Por último, às 14h40, Lula começou a falar: "É preciso que a gente se una aqui [na favela] para construir". No discurso de 25 minutos em São Paulo, Lula citou o nome do governador pelo menos 13 vezes e apenas uma o da ministra petista Dilma Rousseff (Casa Civil), também lembrada para a sucessão presidencial.
Ao elogiar as obras de Serra de despoluição da represa Billings, Lula falou sobre o futuro. "Daqui a três anos termina o meu mandato, vou voltar para São Bernardo, pescar minha tilapiazinha e quero que a água esteja boa", disse, enquanto meia dúzia de petistas da platéia gritava "fica, fica".
Em Santos, ele havia elogiado Serra. "Acho que contribuímos com um jeito de fazer política."


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