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Lula, Serra e Kassab trocam elogios em SP
Democrata agradece convênios a petista, que citou ao menos 13 vezes o nome do tucano, que ressaltou "parceria" com presidente
Kassab afaga Marta, que não tinha direito a discursar: "[A gestão Serra-Kassab] soube dar continuidade a ações da gestão anterior"
João Wainer/Folha Imagem
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Kassab, Lula e Serra conversam em evento do PAC na favela Heliópolis, em SP, que deverá receber R$ 175 milhões pelo programa
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
FERNANDO BARROS DE MELLO
DA REPORTAGEM LOCAL
Em um dia repleto de compromissos no Estado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
dividiu palanques e dirigiu diversos afagos ao prefeito de São
Paulo, Gilberto Kassab (DEM),
candidato à reeleição, e ao governador José Serra (PSDB),
nome sempre lembrado para a
sucessão do petista no Palácio
do Planalto em 2010.
Estes, por sua vez, retribuíram os elogios, e o democrata
ainda fez questão de afagar a
ex-prefeita e ministra do Turismo, Marta Suplicy (PT).
Em evento do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) na favela de Heliópolis,
zona sul de São Paulo, Marta,
também provável candidata a
prefeita e no mesmo palanque,
mostrou desconforto em discurso de Kassab que exaltava a
parceria entre ele, Serra e Lula.
O democrata, então, elogiou
a ex-prefeita (2001-2004): "Esta administração [Serra-Kassab] soube dar continuidade a
ações importantes da gestão
anterior". Nesse momento,
sem direito a discurso, Marta
foi abraçada pelo colega Luiz
Marinho (Previdência) e recebeu aplausos da platéia.
Antes, o prefeito havia dito:
"Eu queria registrar [o meu
agradecimento] a todos, em especial ao presidente Lula, que
tem feito uma série de convênios desde o início da nossa
gestão, iniciada pelo querido
governador José Serra".
Penúltimo a discursar, Serra,
assim como Kassab, ambos de
partidos de oposição a Lula, ouviu um princípio de vaias, contidas por sinais dos próprios
petistas do palanque à platéia,
formada por moradores da região que receberá, pelo PAC,
R$ 175 milhões de investimentos -R$ 110,5 milhões oriundos do governo federal.
Serra arrancou aplausos
quando brincou com o time de
Lula, o Corinthians, e disse ter
sido eleito "governador de todos os paulistas". Em seguida,
ressaltou a "parceria".
"Nós temos uma perspectiva
no governo do Estado, que é a
da prefeitura e que é a mesma
do governo federal. (...) Vamos
continuar trabalhando juntos."
Pela manhã, em Santos, Serra, também ao lado de Lula, havia feito uma crítica indireta ao
candidato de seu partido a prefeito, Geraldo Alckmin.
O governador também agradeceu ao presidente do BNDES
(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social)
pela liberação de R$ 1,6 bilhão
para as obras do metrô.
"Vou pescar"
Por último, às 14h40, Lula
começou a falar: "É preciso que
a gente se una aqui [na favela]
para construir". No discurso de
25 minutos em São Paulo, Lula
citou o nome do governador
pelo menos 13 vezes e apenas
uma o da ministra petista Dilma Rousseff (Casa Civil), também lembrada para a sucessão
presidencial.
Ao elogiar as obras de Serra
de despoluição da represa Billings, Lula falou sobre o futuro.
"Daqui a três anos termina o
meu mandato, vou voltar para
São Bernardo, pescar minha tilapiazinha e quero que a água
esteja boa", disse, enquanto
meia dúzia de petistas da platéia gritava "fica, fica".
Em Santos, ele havia elogiado
Serra. "Acho que contribuímos
com um jeito de fazer política."
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