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Base de Lula vai propor nova CPMF de 0,1%
Líderes governistas na Câmara decidem apoiar novo imposto destinado para a saúde; idéia é evitar que seja por meio de PEC
Acordo foi fechado em um almoço ontem, um dia após o governo dizer que não iria "patrocinar" a recriação da CPMF; a oposição é contra
MARIA CLARA CABRAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Líderes da base aliada na Câmara decidiram ontem defender a criação de um novo imposto destinado exclusivamente para a saúde. A idéia é apoiar
uma contribuição nos moldes
da extinta CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), com alíquota de 0,1% e permanente.
A intenção dos líderes é
achar uma alternativa para
criar o novo imposto sem precisar de uma PEC (proposta de
emenda constitucional), que,
para ser aprovada, precisa de
pelo menos 308 votos de deputados e 49 de senadores.
O líder do PT na Casa, Maurício Rands (PE), afirmou que
uma das alternativas é apresentar uma emenda ao projeto que
regulamenta a emenda 29 ou
um outro projeto de lei complementar que caminhe paralelamente à emenda.
O acordo entre os líderes foi
firmado ontem, em almoço na
casa do líder do PTB, deputado
Jovair Arantes (PTB-GO), um
dia depois de o governo dizer
que não iria "patrocinar" a recriação da CPMF. A reunião teve a presença de secretários estaduais e municipais de Saúde.
De acordo com cálculos feitos pelos líderes, o imposto de
0,1% sobre a movimentação financeira geraria cerca de R$ 10
bilhões extras para a saúde.
No entendimento da Secretaria da Mesa da Câmara, no
entanto, se criado por projeto
de lei, o novo imposto não poderia ser cumulativo, como era
a CPMF, o que faria com que a
receita arrecadada caísse aproximadamente pela metade.
"Estamos fazendo estudos, mas
de qualquer forma é melhor arrecadar menos, mas ter um financiamento fixo para a saúde
do que ter o projeto vetado pelo
presidente", disse Rands.
No almoço, os líderes também decidiram que, em último
caso, a criação do novo imposto
será incluído no bojo da reforma tributária. A hipótese, no
entanto, não é bem aceita pelo
presidente da comissão que
discute a reforma tributária,
Antonio Palocci (PT-SP), e pelo
secretário de política econômica do Ministério da Fazenda,
Bernard Appy. "Temos que
desvincular esse debate da reforma tributária", disse Palocci.
Além da recriação da contribuição, os líderes discutem
também a possibilidade da elevação do IPI (Imposto sobre
Produtos Industrializados) sobre cigarros e bebidas, também
com destinação para a saúde.
Líderes da oposição continuam rechaçando a proposta
de criação de um novo imposto.
"As chances de apoiarmos
qualquer coisa nesse sentido
são zero", afirmou o líder tucano na Casa, José Aníbal (SP).
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