DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou ontem que o governo não vai propor um novo imposto para substituir a CPMF, mas aproveitou para mandar um recado ao Congresso. Ele disse que não é possível aumentar despesas sem aumentar receitas.
Segundo Lula, a questão de um novo imposto é um "problema do Congresso Nacional". "Vou aproveitar a oportunidade para deixar bem claro que não partirá do governo e não haverá da parte do governo qualquer iniciativa para que o Congresso Nacional aprove qualquer imposto", afirmou o presidente, após evento do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) em Santos.
"A única coisa que eu acho é que, se o Congresso Nacional quer regulamentar a emenda 29 e aumentar o dinheiro para a Saúde, é importante que os companheiros pensem como aumentar o dinheiro para a Saúde sem ter uma nova receita", completou.
Logo na seqüência, disse esperar que os parlamentares "pensem na emenda 29, mas pensem sobretudo que só é possível aumentar a despesa se você aumentar a receita".
Minutos antes, Lula discursou para uma platéia de mais de mil pessoas, em um clube de Santos. O presidente criticou problemas burocráticos no Brasil que, segundo ele, atrasam as obras. "Cansamos de ver na televisão o país das obras paralisadas", afirmou.
Lula também citou entraves ambientais como motivos para os atrasos. Na semana passada, Marina Silva pediu demissão do Ministério do Meio Ambiente após vários embates dentro do governo.
"Quando a gente pensa que está tudo resolvido, tem um problema ambiental. Demora mais alguns meses", enumerou Lula, segundo quem "esse é o Brasil, é o país jurídico que nós construímos".
(FERNANDO BARROS DE MELLO)


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