São Paulo, quinta-feira, 21 de maio de 2009

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Dilma diz que não reduzirá seu ritmo de trabalho

Segundo ministra, dores têm a ver com medicamento

ANA FLOR
DA REPORTAGEM LOCAL

Após 35 horas de internação, a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) deixou ontem o hospital Sírio Libanês, em São Paulo, anunciando que não diminuirá o ritmo de trabalho. Ela criticou aqueles que se utilizam da doença para questionar sua capacidade política -tanto de permanecer no cargo quanto de se candidatar à Presidência.
"Acho de muito mau gosto misturar uma doença que é hoje curável com questões políticas. E acho que a própria população vai entender que isso não é adequado", disse ela.
Dilma trata um câncer linfático. Há uma semana, realizou a segunda sessão de quimioterapia. Na madrugada de terça-feira, foi transferida para São Paulo com fortes dores nas pernas.
Os médicos recomendaram que ela diminua a carga de trabalho. Pedido semelhante foi feito por Gilberto Carvalho, chefe de gabinete de Lula.
Dilma afirmou que as dores que a levaram à internação "não têm nada a ver com o ritmo de trabalho". Segundo ela, seu mal-estar foi consequência da retirada brusca dos corticoides, medicamento que recebeu nos dias posteriores à quimioterapia. Mas ela reconheceu que terá de planejar repousos após as próximas aplicações.
A ministra teve alta por volta das 11h. Deixou o hospital às 14h pela porta principal, demonstrando bom humor. Disse estar muito bem, apesar das dores fortes nos dias anteriores.
Pela primeira vez, Dilma afirmou em público que está usando peruca. A queda de cabelo é um efeito da quimioterapia.
A ministra conversou pelo telefone com Lula, que está no exterior. "Nós fizemos um despacho básico", disse.
Foram cancelados compromissos até amanhã. Dilma avaliava desmarcar a agenda no final de semana. Segundo Carvalho, ela não deve ir a almoço na casa da ex-ministra Marta Suplicy, marcado para sábado em São Paulo, nem a um evento do PT, previsto para o mesmo dia.
Pela manhã, em Brasília, a situação política da ministra entrou na pauta de reunião de Carvalho com ministros e congressistas do PT.
Na ocasião, segundo a Folha apurou, foram discutidos resultados de uma pesquisa Vox Populi encomendada pelo PT que apontaria um crescimento da ministra na intenção de voto e um índice elevado de entrevistados que não sabem que ela é a candidata de Lula.


Colaborou LETÍCIA SANDER , da Sucursal de Brasília


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