|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Dilma diz que não reduzirá seu ritmo de trabalho
Segundo ministra, dores têm a ver com medicamento
ANA FLOR
DA REPORTAGEM LOCAL
Após 35 horas de internação,
a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) deixou ontem o hospital Sírio Libanês, em São Paulo,
anunciando que não diminuirá
o ritmo de trabalho. Ela criticou aqueles que se utilizam da
doença para questionar sua capacidade política -tanto de
permanecer no cargo quanto
de se candidatar à Presidência.
"Acho de muito mau gosto
misturar uma doença que é hoje curável com questões políticas. E acho que a própria população vai entender que isso não
é adequado", disse ela.
Dilma trata um câncer linfático. Há uma semana, realizou a
segunda sessão de quimioterapia. Na madrugada de terça-feira, foi transferida para São Paulo com fortes dores nas pernas.
Os médicos recomendaram
que ela diminua a carga de trabalho. Pedido semelhante foi
feito por Gilberto Carvalho,
chefe de gabinete de Lula.
Dilma afirmou que as dores
que a levaram à internação
"não têm nada a ver com o ritmo de trabalho". Segundo ela,
seu mal-estar foi consequência
da retirada brusca dos corticoides, medicamento que recebeu
nos dias posteriores à quimioterapia. Mas ela reconheceu
que terá de planejar repousos
após as próximas aplicações.
A ministra teve alta por volta
das 11h. Deixou o hospital às
14h pela porta principal, demonstrando bom humor. Disse
estar muito bem, apesar das dores fortes nos dias anteriores.
Pela primeira vez, Dilma afirmou em público que está usando peruca. A queda de cabelo é
um efeito da quimioterapia.
A ministra conversou pelo
telefone com Lula, que está no
exterior. "Nós fizemos um despacho básico", disse.
Foram cancelados compromissos até amanhã. Dilma avaliava desmarcar a agenda no final de semana. Segundo Carvalho, ela não deve ir a almoço na
casa da ex-ministra Marta Suplicy, marcado para sábado em
São Paulo, nem a um evento do
PT, previsto para o mesmo dia.
Pela manhã, em Brasília, a situação política da ministra entrou na pauta de reunião de
Carvalho com ministros e congressistas do PT.
Na ocasião, segundo a Folha
apurou, foram discutidos resultados de uma pesquisa Vox
Populi encomendada pelo PT
que apontaria um crescimento
da ministra na intenção de voto
e um índice elevado de entrevistados que não sabem que ela
é a candidata de Lula.
Colaborou LETÍCIA SANDER ,
da Sucursal de Brasília
Texto Anterior: Entidades adotam discurso do governo e fazem ato contra CPI Próximo Texto: Frase Índice
|