São Paulo, quinta-feira, 21 de maio de 2009

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Base aliada fecha acordo contra voto em listas

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Líderes de partidos governistas na Câmara fecharam anteontem um acordo para sepultar a criação do voto em listas partidárias -e com ela parte da reforma política.
A decisão foi tomada em jantar na casa do vice-líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), e contou com a presença do ministro José Múcio (Relações Institucionais).
A proposta de emenda constitucional que cria a possibilidade de um terceiro mandato para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi mencionada em conversas paralelas, segundo a Folha apurou.
Participaram do jantar, entre outros, os líderes do PMDB, Henrique Alves (RN), do PT, Cândido Vaccarezza (SP), do PR, Sandro Mabel (GO), do PP, Mário Negromonte (BA), do PSC, Hugo Leal (RJ), e do PSB, Rodrigo Rollemberg (DF).
A maioria dessas bancadas está dividida em relação à criação das listas. Os líderes avaliaram que uma votação em plenário racharia a base aliada. Sem lista, deve cair também a proposta de financiamento público de campanhas.
A reforma política se resumiria assim à criação de uma "janela" de um mês para a troca de partidos por deputados e talvez uma cláusula de barreira.
No jantar, foram recolhidas assinaturas de apoio a uma proposta do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para encurtar de um ano para seis meses o prazo de filiação partidária de políticos que pretendem disputar a eleição.
Hoje, os líderes devem se reunir na casa do presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), para discutir outras alternativas. Temer deve propor a mudança do sistema eleitoral com a criação dos chamados "distritões", em que cada Estado corresponderia a um distrito. Os mais votados em cada Estado, independentemente do quociente eleitoral, seriam eleitos.
Alves mencionou que havia a proposta de emenda do deputado Jackson Barreto (PMDB-SE) prevendo um referendo para o terceiro mandato. Uma cópia da emenda foi mostrada aos líderes.
Conforme a Folha antecipou, Barreto já tem as assinaturas necessárias para apresentar a proposta. Segundo líderes partidários, a incerteza com a saúde da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), que enfrenta um câncer linfático, tem alimentado as especulações sobre um terceiro mandato.
Também foi mencionada por Mabel a existência de propostas para estender por dois anos o mandato do presidente Lula, para haver coincidência das eleições nacionais com as de prefeitos, em 2012.
(MARIA CLARA CABRAL E FÁBIO ZANINI)


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