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Instituição tem cada vez mais autonomia
DA REPORTAGEM LOCAL
A história do Ministério
Público Federal é marcada
pelo progressivo aumento
de independência em relação aos três Poderes.
Nos últimos anos, seus
procuradores passaram a
interferir diretamente na
escolha do procurador-
geral da República.
Um dos marcos dessa
evolução foi a denúncia da
ação penal do mensalão,
apresentada pelo Ministério Público à Justiça em
abril de 2006. Entre os 40
denunciados, havia os então ministros José Dirceu
(Casa Civil) e Luiz Gushiken (Comunicação de Governo), congressistas e dirigentes da base aliada.
Até 1988, o Ministério
Público era ligado ao Executivo e o procurador-geral podia ser destituído do
a qualquer tempo pelo
presidente da República.
Em 1992, o então procurador-geral Aristides Junqueira denunciou, sob
acusação de corrupção
passiva, o presidente Fernando Collor de Mello,
que foi absolvido no STF.
Na Constituição de
1934, o Ministério Público
Federal era um dos "órgãos de cooperação das
atividades governamentais". Na de 1967, era vinculado ao Judiciário; na
Emenda Constitucional
de 1969, ao Executivo.
A Constituição atual determina que a escolha do
procurador-geral cabe ao
presidente da República e
é feita "dentre integrantes
da carreira, maiores de
trinta e cinco anos, após a
aprovação de seu nome
pela maioria absoluta dos
membros do Senado". O
mandato é de dois anos e
pode haver recondução.
Desde 2001, a Associação Nacional dos Procuradores da República
(ANPR), entidade dos procuradores do Ministério
Público Federal, realiza
eleições para apurar um
nome ao cargo, na tentativa de influenciar a escolha.
Fernando Henrique
Cardoso ignorou, em
2001, as eleições da entidade e escolheu Geraldo
Brindeiro, que não constava entre os mais votados.
Já Luiz Inácio Lula da
Silva levou em consideração os vencedores da
ANPR. Em 2003, 2005 e
2007 escolheu os primeiros colocados: Cláudio
Fonteles e Antonio Fernando Souza (duas vezes).
Lula deve escolher um
nome entre o fim deste
mês e o início de junho.
Para o presidente da
ANPR, Antonio Bigonha,
será uma "frustração" se
Lula agir diferentemente.
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