São Paulo, sexta-feira, 21 de maio de 2010

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PRESIDENTE 40/ELEIÇÕES 2010

Após queixa de Serra, TV Brasil cria manual

Entre regras para cobertura está a proibição de reportagens sobre vida pessoal dos candidatos; funcionários não poderão usar botons

Presidente da EBC telefonou para a assessoria do tucano para comunicar decisão de adotar normas de atuação para os profissionais da rede


CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A EBC (Empresa Brasileira de Comunicação) adotará, a partir da semana que vem, um manual para a cobertura das eleições. Além da TV Brasil, a agência Brasil e oito emissoras de rádio serão subordinadas à resolução, que prevê sanção em caso de descumprimento.
Elaborada pelo Conselho Curador da EBC, a resolução não estabelece apenas regras para a cobertura, como a exigência de tratamento isonômico e vedação de reportagens sobre a vida pessoal dos candidatos. Incluirá também normas de conduta, como a proibição de uso de botons ou outras manifestação de preferência eleitoral.
A resolução proíbe a veiculação de reportagens sem identificação da fonte da informação, o "off", e fixa ainda regras para divulgação de pesquisa, priorizando os maiores institutos. Ontem, a presidente da EBC, Teresa Cruvinel, telefonou para a assessoria do candidato do PSDB à Presidência, José Serra, para informá-la sobre a resolução e negar a possibilidade de uso político da TV pública. Na véspera, durante entrevista do candidato, um jornalista da EBC atribuiu a fontes a informação de que Serra extinguiria o Bolsa Família.
"Tomei a iniciativa de ligar para tratar do incidente. Informei que, nas próximas horas, será divulgada a resolução do conselho", disse Teresa, acrescentando que o documento prevê uma conduta apartidária na cobertura da eleição.

PP
Ontem, Serra foi a Porto Alegre para atuar como fiador da aliança do PP com o PSDB no Rio Grande do Sul. O tucano também intensificou o assédio ao PMDB gaúcho, dois dias depois de a Executiva Nacional da legenda referendar Michel Temer para vice da petista Dilma Rousseff.
A investida de Serra sobre as duas siglas, que integram a base lulista, visa angariar o apoio de máquinas partidárias que controlam 292 das 496 prefeituras do Rio Grande do Sul.
No caso do PP, a formalização da parceria no Estado favorece a aliança nacional, o que garantiria a Serra mais um minuto e meio de tempo de propaganda de TV e rádio. Em reunião com a presença de Serra, os tucanos ofereceram ao PP a vaga de vice na chapa da governadora Yeda Crusius (PSDB), uma vaga no Senado e ainda a coligação na chapa para deputado federal. O PSDB nacional enquadrou a seção local, que resistia à aliança proporcional.

Colaborou GRACILIANO ROCHA, da Agência Folha em Porto Alegre



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