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PRESIDENTE 40/ELEIÇÕES 2010
PF faz blitz em comitê de Dilma em Brasília
Polícia constata que empresa de segurança trabalha irregularmente no local; PT diz que setor jurídico analisa contrato
Lei prevê multa tanto para a legenda como para o grupo CR 5, que afirma que seus funcionários em Brasília não fazem serviço de vigilância
MATHEUS LEITÃO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Polícia Federal fez ontem
uma blitz no escritório de campanha da pré-candidata do PT,
Dilma Rousseff, e constatou
que a empresa paulista CR 5,
contratada pelo PT para realizar a sua segurança, trabalha irregularmente em Brasília.
A blitz foi motivada por reportagem da Folha, publicada
no último domingo. A PF descobriu que, dos 4 seguranças
que estavam no local, 3 eram
contratados pela PK9, empresa
de limpeza e conservação do
grupo CR 5, como forma de
burlar a legislação em vigor para uma empresa de segurança.
Três agentes da Delegacia de
Controle de Segurança Privada
estiveram no local onde costumam ocorrer reuniões da cúpula da campanha petista e
apreenderam os rádios comunicadores dos seguranças, porque eles não apresentaram a licença de frequência da Anatel.
Os seguranças que trabalhavam irregularmente no escritório prestaram termos de declarações. O material apreendido
e os depoimentos foram enviados para São Paulo, onde deve
ser feito um auto de infração.
A legislação prevê multa tanto para empresa como para o
seu contratante, o PT. A CR 5
pode vir a ser proibida temporariamente de funcionar no final do processo.
Conforme a lei 7.102/83 e decretos posteriores, como a portaria 387/06 da PF, para uma
empresa paulista, como a CR 5,
prestar serviço em Brasília, ela
precisa ter uma filial aberta na
cidade, com vários requisitos
-como um número mínimo de
funcionários e um cofre para
guardar as armas.
Procurada, a assessoria da
pré-campanha de Dilma afirmou que o contrato foi realizado pelo PT, que foi notificado
pela contratação.
Ontem, o partido não se manifestou. Mas ao ser procurado
na semana passada, informou
que o contrato foi enviado para
o setor jurídico para análise.
O grupo CR 5 informou ontem que nenhum dos funcionários "da PK9 utiliza arma letal
ou não letal, ou seja, não pode
ser caracterizado como funcionário de vigilância".
"O leque de serviços autorizados à PK9 inclui recepção,
telefonista e copa. Os funcionários na função de controle de
acesso em portarias recebem
treinamento diferenciado,
mais condizente com a demanda de mercado", disse a CR 5.
Alvará
Em São Paulo, o grupo tem
alvará para realizar o serviço de
segurança patrimonial, ou seja,
de estabelecimentos, mas não
tem autorização para fazer a segurança pessoal privada, o chamado serviço de guarda-costas.
Segundo a PF, a fiscalização
foi realizada no escritório da
pré-campanha no Hotel Imperial -embora o comitê inclua a
casa de Dilma e o escritório do
Lago Sul. Para a PF, foi constatado que o mesmo serviço era
realizado nos outros locais e,
com isso, não houve a necessidade de ampliar a blitz.
A Folha apurou que o contrato acertado com o grupo CR
5 é de R$ 100 mil a R$ 120 mil.
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