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ELEIÇÕES 2004
Sete ministros participam de convenções petistas em dois Estados; partido de Lula federaliza disputa eleitoral
PT prega derrota da "coalizão de oposição"
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
Com a presença de seis ministros do governo Lula na convenção que oficializou a candidatura
à reeleição do prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel, a cúpula nacional do PT fez ontem o
mais veemente posicionamento
em relação às eleições municipais.
Tendo como alvo principal o
PSDB, os petistas pregaram a
"derrota da coalizão de oposição"
para fortalecer o governo Lula.
O ministro José Dirceu (Casa
Civil) disse que o governo precisa
ter apoio amplo na sociedade para governar e enfrentar os desafios econômicos e sociais.
"Para isso é preciso ter maioria
na sociedade. É preciso vencer as
eleições de 2004. Não vamos atrás
de resultados médios. Temos de
derrotar a coalizão de oposição
que está nos enfrentando."
Nominou os adversários: "Depois do primeiro ano, começa a
oposição de centro-esquerda, capitaneada pelo PSDB -porque é
disso que se trata também-, por
setores importantes da mídia brasileira, por setores até empresariais, articulados, inclusive, com
forças políticas internacionais".
Dirceu disse que, apesar de as
forças políticas terem se reorganizado após 2002 e de o PT ter ampliado alianças, "os objetivos e a
disputa são os mesmos".
Se não era certo que o PT iria federalizar ou não as campanhas, a
convenção de ontem na capital
mineira mostrou que os petistas
não fazem distinção entre as eleições municipais e a gestão federal.
Parece haver unanimidade na cúpula governista e partidária de
que a batalha é um prolongamento da disputa de 2002.
Até o ministro da Integração
Nacional, Ciro Gomes (PPS), que
disse que o ato mais parecia "reunião do ministério do que convenção", defendeu com vigor a
gestão Lula, afirmando que a militância petista e as dos partidos
aliados, como o seu, "não podem
ficar acuadas, na defesa".
Luiz Dulci (Secretaria Geral da
Presidência) disse que o PT tem
de ir para a ofensiva. "Em um ano
e meio, Lula superou a crise econômica herdada de oito anos de
neoliberalismo predatório. (...)
Temos acervo que nos permite
não só fazer defesa, mas disputar
na ofensiva. [...] Então, interessa a
nós nacionalizar as eleições."
Também discursaram os ministros mineiros Patrus Ananias
(Desenvolvimento Social) e Nilmário Miranda (Direitos Humanos) e a ministra das Minas e
Energia, Dilma Roussef (PT-RS).
Dirceu, último a discursar, citou
os anteriores e afirmou: "Temos
muitos desafios, temos muitas dívidas. O povo vai nos criticar e vai
nos cobrar com direitos, mas não
eles. Eles não têm autoridade."
Ele fez apenas uma ressalva em
relação ao PSDB, quando disse
que há setores no partido dos tucanos que são "progressistas"
-"e tem gente daqui de Belo Horizonte, do PSDB, que vai apoiar o
Pimentel, tenho certeza".
O presidente nacional do PT,
José Genoino, também presente,
disse que "o PT tem nervos para ir
à luta". Segundo ele, é um "falso
dilema" para o PT se a eleição é local ou nacional. "Esse partido é
nacional". Para ele, PSDB e PFL
não têm "autoridade para colocar
o PT na defensiva".
Em Salvador, em convenção do
PT que oficializou o deputado federal Nelson Pelegrino, o ministro Jacques Wagner (Desenvolvimento Econômico e Social) também defendeu a nacionalização.
"Vai ser bom para mostrar em
que condições o governo Lula recebeu o país das mãos de FHC, repleto de dívidas, e o que está fazendo para reverter isso."
(PAULO PEIXOTO)
Colaborou a Agência Folha, em Salvador
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