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ELEIÇÕES 2004
Grupo da comissão municipal questiona legalidade de convenção do partido e anuncia encontro para semana que vem
Com o PP rachado, Maluf se lança candidato
RUBENS VALENTE
DA REPORTAGEM LOCAL
Com as mãos para o alto e entoando "segura na mão de Deus e
vai" ao lado do cantor Agnaldo
Timóteo, Paulo Maluf foi lançado
ontem pelo PP (Partido Progressista), em convenção, pré-candidato da sigla à Prefeitura de São
Paulo. É a quarta vez que ele se
lança a prefeito paulistano, tendo
vencido a disputa em 1992.
O partido está rachado. Maluf
foi escolhido por 14, de 20 pessoas
com direito a voto na comissão
provisória municipal, e sua pré-candidatura é torpedeada por integrantes da própria sigla.
O presidente da comissão, deputado federal Celso Russomanno, que faltou ao evento com seu
vice, Marcos Cintra, disse que o
ato não teve valor legal. "Eu respeito o que foi feito hoje [ontem],
mas é tudo inócuo. Não passou de
uma festa do partido, de um encontro", disse Russomanno, que
disse ter marcado a convenção
para o próximo domingo.
O deputado, que também quer
ser candidato a prefeito, disse que
as convenções devem ser registradas em livro próprio, autorizado
em 2004 pela Justiça Eleitoral e
guardado no diretório municipal.
Mas o malufista Jesse Ribeiro,
ex-presidente municipal da sigla,
afirmou que o ato de ontem foi registrado em outro livro também
rubricado pela Justiça Eleitoral.
Nele, segundo Ribeiro, estariam
anotadas convenções anteriores.
O deputado federal Vadão Gomes, presidente da comissão provisória estadual, disse acreditar
que a convenção tenha sido legal,
mas não fechou questão. Ele queria antes avaliar o fato de Russomanno ter convocado convenção
para o próximo domingo. Indagado sobre quem é, desde ontem,
o candidato à prefeitura, Gomes
respondeu: "Paulo Maluf".
Com as ausências de Russomanno e Marcos Cintra, o encontro teve de ser presidido pelo deputado estadual malufista Wadih
Helú, secretário da comissão.
Para Maluf, o resultado de ontem é definitivo. "Em toda democracia, na realidade a maioria é
que faz a decisão. E essa decisão
está tomada, sou candidato a prefeito." A chapa só não será registrada no TRE [Tribunal Regional
Eleitoral] hoje, segundo o PP,
porque falta definir o vice. Maluf
disse que a decisão caberá à executiva partidária, que articula coligação com outro partido, cujo
nome não informou. O registro
pode ser feito até início de julho.
No encontro de ontem, realizado na Câmara Municipal com a
presença de cabos eleitorais de
pré-candidatos a vereador, a
equipe de Maluf apresentou o slogan da campanha, "O bom prefeito está voltando". Faixas com esses dizeres e o nome do pré-candidato foram espalhadas nas ruas
próximas à Câmara.
Também foi divulgado o jingle
da campanha, cujo refrão é "Paulo Maluf é/ Tudo que a gente quer/
São Paulo pede bis".
Em seu discurso, Maluf retomou bordão antigo para prometer algo que não poderá fazer nem
mesmo se for eleito. "A Rota vai
para a rua", afirmou, sendo bastante aplaudido. A Polícia Militar
é controlada pelo governador do
Estado, a quem Maluf disse que
vai procurar para pedir apoio da
PM à guarda municipal.
Numa referência às denúncias
sobre movimentação de milhões
de dólares no exterior, Maluf afirmou: "Quando eles me atacam,
eu sei por quê. Eles têm medo de
que o bom prefeito volte de novo". Disse ainda ter uma "couraça
inexpugnável, inquebrantável,
que é a nossa crença em Deus".
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