São Paulo, quarta-feira, 21 de junho de 2006

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Painel

Renata Lo Prete
painel@uol.com.br


PMDB no guichê

Deputados e senadores do PMDB foram tranqüilizados ontem pela cúpula governista: é iminente a nomeação de Paulo Lustosa para ministro da Saúde. As duas bancadas fecharam em torno do atual diretor da Funasa e aumentaram a pressão sobre Lula, que teria prometido liquidar a fatura ainda nesta semana. Enquanto esperam, os peemedebistas evitam dizer se irão à convenção do PT no sábado e desconversam sobre o lançamento do Movimento Pró-Lula.
Para o lugar de Lustosa na Funasa, posto estratégico no mapa da fisiologia, o PMDB apresentou o nome do atual secretário-executivo, Danilo Forte. A dupla indicação inaugura a era da porteira fechada, que o partido quer fazer vigorar no eventual segundo mandato.

Contramão. Relatório do Credit Suisse aposta que haverá segundo turno entre Lula e Alckmin. Segundo a análise do banco, o tucano pode "crescer significativamente quando se tornar mais conhecido, o que reforça a importância da propaganda de TV".

Ausente. Alckmin não apareceu nem foi citado no programa do PFL baiano, onde pontifica seu padrinho Antonio Carlos Magalhães. No ar, o senador lembrou ter sido chamado por Lula para discutir o Fundo de Combate à Pobreza. E o governador-candidato Paulo Souto surgiu ao lado do presidente em inauguração.

Presente. Luiz Antonio Carreira, um dos deputados pefelistas mais próximos a ACM, estava no palanque de Lula em Santo Estevão (BA).

Deu chabu. O ex-prefeito de Aracaju Marcelo Déda está furioso com a direção do PT por ter marcado a convenção nacional para sábado, dia de São João, principal festa nordestina e tradicional vitrine de políticos em campanha. "Isso é coisa de paulista."

Fazer o quê? Chamada por Lula em evento em Santo Amaro da Purificação, dona Canô Veloso, mãe de Caetano, disse baixinho: "Um grande líder está me chamando, e eu tenho que ir. Quer se queira, quer não, é um grande líder".

Saída honrosa. Roberto Freire, que decidiu não disputar a reeleição à Câmara, será o primeiro suplente de Jarbas Vasconcelos ao Senado.

Virada. PMDB e PSDB esperam que o ex-ministro do Supremo Maurício Corrêa anuncie hoje a desistência de disputar o governo do DF. A partir daí, as duas siglas podem se unir em torno da governadora tucana Maria de Lourdes Abadia ou apoiar José Roberto Arruda (PFL).

Menos um. O PT abriu mão de candidatura própria na Paraíba, onde vai integrar a aliança em torno de José Maranhão (PMDB). Em troca, o partido entregou ao senador uma lista com nove nomes para ocupar a vaga de vice.

Pássaro na mão. A oposição achava que venceria por um voto se optasse por derrotar o relatório de Garibaldi Alves (PMDB-RN) e aprovar o de Álvaro Dias (PSDB-PR), mais duro, na CPI dos Bingos. Mas Tião Viana (PT-AC) ameaçava pedir vistas, e em alguns dias tudo podia mudar.

Balcão. Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) apareceu para votar o relatório da CPI porque o governador Ottomar Pinto (PSDB) fará coligação com ele e dará estrutura para sua campanha ao Senado.

Visita à Folha. O general Francisco Roberto de Albuquerque, comandante do Exército, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado do general Luiz Edmundo Maia de Carvalho, comandante militar do Sudeste, do general de divisão Antônio Gabriel Esper, chefe do Centro de Comunicação Social do Exército, do coronel Vicente de Magalhães, assistente do comandante do Exército, e do coronel Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva, chefe da seção de Informações Públicas do Centro de Comunicação Social do Exército.

Tiroteio

"Primeiro Lula inaugurou obras inacabadas. Agora vai vistoriá-las. O próximo passo será promover eventos em que o presidente "desejará" o surgimento de uma obra."


Do deputado FERNANDO GABEIRA (PV-RJ), comentando declaração do ministro Tarso Genro, segundo quem Lula, proibido de inaugurar obras durante a campanha eleitoral, passará a fazer "vistorias".

Contraponto

Ponto de vista

Em 2001, à frente do Superior Tribunal de Justiça, Paulo Costa Leite foi a uma cerimônia no TJ de Tocantins. Sentou-se entre o presidente do tribunal e o então governador, Siqueira Campos. Em longo discurso, o presidente do TJ exaltou seguidas vezes os "dois maiores estadistas brasileiros". Intrigado, o ministro já ia quase perguntando quem foram eles quando o orador esclareceu:
-Um foi JK.
Depois de uma pausa, ele concluiu:
-O outro está aqui ao meu lado: Siqueira Campos! - Costa Leite conteve o riso, mas não o comentário:
-Menos, menos, desembargador.


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