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Críticas sobre salários é ridícula, dizem petistas
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O vice-presidente do PT,
Marco Aurélio Garcia, e o ministro do Planejamento, Paulo
Bernardo, classificaram ontem
de "ridículas" as críticas de que
o aumento recém-concedido
aos funcionários que ocupam
cargos de confiança no governo
beneficiará o caixa do PT, já
que o partido recebe parte do
salário dos filiados que têm cargos públicos.
"Isso é ridículo, eu dou o meu
dinheiro para quem eu quiser",
afirmou Marco Aurélio, que
também é assessor especial da
Presidência, acrescentando
que o "caixa do PT pelo menos
tem origem sabida". "Os outros
partidos, eu não sei", disse ele.
À tarde, após cerimônia no
Palácio do Planalto, o ministro
do Planejamento afirmou que
concordava com Marco Aurélio
e que o aumento não foi "coisa
de última hora", já que estava
previsto no Orçamento.
Os reajustes concedidos na
segunda-feira passada aos cargos do tipo DAS (Direção e Assessoramento Superiores) variam de 32% a 139,8%. Há aproximadamente 22 mil cargos
deste tipo no governo - anteontem, por meio de medida
provisória, foram criados mais
626 cargos de confiança.
"Eu sinceramente acho penoso ter que ouvir este tipo de
argumento da parte da oposição. É penoso", criticou ontem
Marco Aurélio.
Para o vice-presidente do PT,
"quem tiver interesse pelo funcionamento do Estado no Brasil sabe que nós precisamos ter
funcionários pagos dignamente". Afirmou ainda que os ocupantes de cargos comissionados estavam sem reajuste há oito anos, já que o governo Lula,
nos quatro primeiros anos,
priorizou o aumento a setores
"mais penalizados".
Cargos
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, também defendeu
ontem a criação de 626 novos
cargos do tipo DAS e argumentou ainda que o custo da medida será "mínimo".
"O aumento que foi feito era
necessário, evidentemente.
Nós fizemos muitos concursos
neste governo, mais do que em
outro governo. Mas alguns cargos são passageiros, como, por
exemplo, o meu, assim como os
de assessores que me acompanham", afirmou o ministro.
Maior beneficiária da medida, a Secretaria de Patrimônio
da União, vinculada ao Planejamento, divulgou nota para justificar os 224 novos cargos de
confiança recebidos.
"A criação de novos cargos
tem fundamento na necessidade -amplamente reconhecida,
tanto pela sociedade quanto
pelos órgãos de controle interno e externo- de garantir à secretaria a capacidade de gestão
do patrimônio imobiliário da
União, rompendo com um longo processo de sucateamento
institucional", afirma o documento divulgado.
A SPU afirma contar com
824 servidores de carreira, em
vez dos 550 apontados pelo Boletim Estatístico de Pessoal
(editado pelo Planejamento) e
reproduzidos anteontem pela Folha. A secretaria alega que
também trabalha com servidores cedidos por outros órgãos.
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