São Paulo, quinta-feira, 21 de junho de 2007

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Críticas sobre salários é ridícula, dizem petistas

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O vice-presidente do PT, Marco Aurélio Garcia, e o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, classificaram ontem de "ridículas" as críticas de que o aumento recém-concedido aos funcionários que ocupam cargos de confiança no governo beneficiará o caixa do PT, já que o partido recebe parte do salário dos filiados que têm cargos públicos.
"Isso é ridículo, eu dou o meu dinheiro para quem eu quiser", afirmou Marco Aurélio, que também é assessor especial da Presidência, acrescentando que o "caixa do PT pelo menos tem origem sabida". "Os outros partidos, eu não sei", disse ele.
À tarde, após cerimônia no Palácio do Planalto, o ministro do Planejamento afirmou que concordava com Marco Aurélio e que o aumento não foi "coisa de última hora", já que estava previsto no Orçamento.
Os reajustes concedidos na segunda-feira passada aos cargos do tipo DAS (Direção e Assessoramento Superiores) variam de 32% a 139,8%. Há aproximadamente 22 mil cargos deste tipo no governo - anteontem, por meio de medida provisória, foram criados mais 626 cargos de confiança.
"Eu sinceramente acho penoso ter que ouvir este tipo de argumento da parte da oposição. É penoso", criticou ontem Marco Aurélio.
Para o vice-presidente do PT, "quem tiver interesse pelo funcionamento do Estado no Brasil sabe que nós precisamos ter funcionários pagos dignamente". Afirmou ainda que os ocupantes de cargos comissionados estavam sem reajuste há oito anos, já que o governo Lula, nos quatro primeiros anos, priorizou o aumento a setores "mais penalizados".

Cargos
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, também defendeu ontem a criação de 626 novos cargos do tipo DAS e argumentou ainda que o custo da medida será "mínimo".
"O aumento que foi feito era necessário, evidentemente. Nós fizemos muitos concursos neste governo, mais do que em outro governo. Mas alguns cargos são passageiros, como, por exemplo, o meu, assim como os de assessores que me acompanham", afirmou o ministro.
Maior beneficiária da medida, a Secretaria de Patrimônio da União, vinculada ao Planejamento, divulgou nota para justificar os 224 novos cargos de confiança recebidos.
"A criação de novos cargos tem fundamento na necessidade -amplamente reconhecida, tanto pela sociedade quanto pelos órgãos de controle interno e externo- de garantir à secretaria a capacidade de gestão do patrimônio imobiliário da União, rompendo com um longo processo de sucateamento institucional", afirma o documento divulgado.
A SPU afirma contar com 824 servidores de carreira, em vez dos 550 apontados pelo Boletim Estatístico de Pessoal (editado pelo Planejamento) e reproduzidos anteontem pela Folha. A secretaria alega que também trabalha com servidores cedidos por outros órgãos.


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