São Paulo, sábado, 21 de junho de 2008

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Aliado de Yeda arquiva pedido de impeachment

DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
DA ENVIADA A PORTO ALEGRE

O presidente da Assembléia Legislativa gaúcha, Alceu Moreira (PMDB), decidiu arquivar ontem o pedido de impeachment da governadora Yeda Crusius (PSDB). O deputado, que é aliado de Yeda, não consultou a Mesa Diretora para engavetar o requerimento apresentado pelo PSOL e pelo PV.
No pedido, os dois partidos, que não têm representação na Casa, dizem que há evidências de que a governadora cometeu crime de responsabilidade na fraude que desviou R$ 44 milhões do Detran. O escândalo já derrubou quatro integrantes do primeiro escalão da tucana.
"Do ponto de vista jurídico, não há fato determinado para pedir o impedimento, do ponto de vista, político não há lógica, uma governadora legitimamente eleita não pode ser cassada por uma mera desconfiança. Como não há fundamentação lógica, arquiva-se", disse.
Ele afirmou que o regimento da Casa lhe dá poderes de arquivar a representação sem discutir com a Mesa ou o plenário. Segundo ele, a falta de um fato jurídico determinado consistiria no pedido ter se baseado em depoimentos à CPI do Detran, que só deve encerrar seus trabalhos em 3 de julho.
A oposição à tucana criticou a atitude do presidente. "Ele deveria ter pelo menos consultado a Mesa e os líderes da bancada", disse Fabiano Pereira (PT), que preside a CPI do Detran.

Sem resposta
Em uma coletiva à imprensa na tarde de ontem, a governadora Yeda Crusius disse que anunciará na terça-feira uma reestruturação do Detran gaúcho, mas encerrou a entrevista assim que os jornalistas começaram a fazer perguntas sobre a crise na autarquia e a possível responsabilização pessoal da governadora pela CPI do Detran da Assembléia Legislativa.
Ela não quis comentar a possibilidade de ser vinculada a uma acusação de crime de responsabilidade no relatório final da CPI que investiga o desvio de R$ 44 milhões na autarquia.
A imprensa foi chamada para ouvir da governadora o anúncio de que a União deu seu aval a um empréstimo de US$ 1,1 bilhão do Banco Mundial ao governo gaúcho. Ao responder uma das poucas perguntas permitidas aos jornalistas, Yeda comparou esta sexta-feira com a vivida por ela há duas semanas, dia em que o vice-governador Paulo Feijó (DEM) divulgou uma gravação de conversa com o ex-chefe da Casa Civil, Cézar Busatto, na qual este disse que estatais gaúchas financiam campanhas eleitorais.
"Aquele foi um dia muito pesado para o Rio Grande do Sul. Houve a nacionalização de uma questão interna de governo. Foi uma semana em que nós tivemos que responder para o Brasil. Não foi apenas o que se pretendeu fazer com a imagem da governadora, mas a imagem do Estado foi ferida", disse. (GRACILIANO ROCHA E ANA FLOR)


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