São Paulo, sábado, 21 de junho de 2008

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ELEIÇÕES 2008 / SÃO PAULO

Alckmistas tentam vetar apoio a Kassab

Apoiadores de Alckmin deram até 12h de hoje para kassabistas retirarem a chapa, caso contrário ameaçam impugnação

Expectativa de tucanos é que Serra intervenha na disputa; o vice-governador, Alberto Goldman, diz que não teme o embate interno


CATIA SEABRA
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL

A dois dias da convenção do PSDB, os defensores da candidatura de Geraldo Alckmin à prefeitura se armaram ontem para inviabilizar a chapa apresentada pelos apoiadores da reeleição de Gilberto Kassab (DEM). Os alckmistas garantiram a retirada de 45 assinaturas de apoio à chapa kassabistas e ameaçam entrar com pedido de impugnação, caso os entusiastas da aliança não desistam até meio-dia de hoje.
Em reunião na quinta, os alckmistas se comprometeram com a não retirada de assinaturas. Mas, sob risco de derrota amanhã, consultaram a assessoria jurídica de Alckmin e do partido para tentar suspender a chapa de oposição.
Entre tucanos, a avaliação é de que os kassabistas têm chance de vitória. Como tradicionalmente as convenções municipais registram baixo quórum, ganha quem tiver maior poder de arregimentação. Os kassabistas prometem levar 7.000 à convenção.
Nas palavras de um alckmista, a disputa está "pau a pau". Por isso, a hipótese de buscar a impugnação.
Ontem, um dia antes da volta do governador José Serra a São Paulo, o comando do partido fez novo apelo para que os kassabistas desistam. A resposta será dada até meio-dia de hoje.
Se não houver acordo, os alckmistas tentarão anular a chapa. Procurados por alckmistas, pelo menos 45 apoiadores da chapa em favor de Kassab já enviaram ao partido pedido de retirada de assinatura. Como a proposta foi protocolada com 424 signatários e são necessários 403 para validá-la, a chapa poderia ser anulada.
Apesar de ter endossado, na quinta um pacto de não-agressão entre alckmistas e kassabistas, o deputado Júlio Semeghini não rechaçou a hipótese na tarde de ontem.
Acusado de descumprir um acordo fechado no dia anterior, Semeghini alegou que não poderia impedir que um militante acionasse a Executiva para que viesse a se manifestar.
"Não posso falar por toda a Executiva. A Executiva não é composta só por mim", justificava pela manhã. Presente à reunião da véspera, o presidente estadual do partido, Mendes Thame, lembrou ontem que Semeghini tinha se comprometido com a manutenção das chapas.
Por telefone, o presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra (PE), também cobrou o cumprimento do acordo. Na chegada da reunião, porém, o deputado Edson Aparecido foi enfático: "Pela interpretação dos advogados, não pode haver novas assinaturas, mas as retiradas podem acontecer até a convenção".
Na reunião, o presidente municipal do partido, José Henrique Lobo, reiterou apelo aos kassabistas. Segundo ele, a briga impediria uma aliança no segundo turno. Thame concorda. "É uma colaboração fascinante que estamos dando à ex-prefeita Marta Suplicy (PT)", disse Thame, à entrada.
Sob pressão, kassabistas alegaram que não poderiam decidir em nome dos apoiadores. "Não podemos parar um exército em marcha", argumentou o secretário municipal Walter Feldman.
"Vamos avaliar", disse o vereador Gilberto Natalini. Segundo tucanos, a expectativa é que Serra intervenha. Seu vice, Alberto Goldman, não tem tanto medo do embate. "Quem disse que disputa é ruim?"


Colaborou FERNANDO BARROS DE MELLO , da Reportagem Local


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