DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Senado paga R$ 169 mil mensais a uma empresa terceirizada registrada em nome de laranjas com objetivo de ocultar os verdadeiros donos.
Com sede em Belo Horizonte, a Higiterc Higienização e Terceirização pertence no papel a trabalhadores que, pouco antes de "comprarem" a empresa, ganhavam menos de dois salários mínimos e apresentavam declaração de isento de Imposto de Renda.
A Higiterc assinou contrato com o Senado em 19 de janeiro deste ano para fornecer mecânicos para a manutenção de veículos da Casa. Se for mantida, prestará o serviço até 20 de janeiro de 2010.
A Controladoria Geral da União investiga a empresa em processo administrativo que pode culminar na declaração de inidoneidade da empresa, o que a impediria de fechar novos contratos com órgãos do governo federal. No Senado, ela continua recebendo normalmente.
A primeira-secretaria do Senado informou que o contrato com a Higiterc ainda não foi auditado e que isso acontecerá em breve. Como aconteceu com as demais empresas investigadas até aqui, a tendência é que os auditores recomendem o fim do contrato e a abertura de nova licitação.
A Folha não conseguiu localizar Elias Gomes Araújo e Marta Pereira dos Santos, donos no papel da empresa.
Investigadas pela Polícia Federal, as empresas Ipanema e Conservo, que tiveram os contratos cancelados, foram as primeiras terceirizadas a levantar suspeitas. Hoje, sabe-se que o Senado pagou a Ipanema por treinamentos a funcionários que nunca foram dados e por uniformes não utilizados. A suspeita é a de que o dinheiro tenha sido desviado. (AG)


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