São Paulo, sexta-feira, 21 de julho de 2006

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Senadora diz que eleitor cansou de "chuchu" e "abobrinha" e vai votar na "pimentinha"

DA AGÊNCIA FOLHA, EM JUAZEIRO DO NORTE (CE) E EM FORTALEZA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

Ao comentar seu desempenho na disputa eleitoral, a candidata à Presidência pelo PSOL, Heloísa Helena, afirmou que está no "encalço" de seus principais adversários, Geraldo Alckmin (PSDB) e Luiz Inácio Lula da Silva, a quem chamou de "sua majestade barbuda".
Em campanha ontem na terra de padre Cícero, a senadora, que está em terceiro lugar na corrida presidencial segundo última pesquisa Datafolha, com 10% das intenções de voto, repetiu a frase de um eleitor que disse que a eleição virou uma feira livre. "Ele me disse: cansei de chuchu, cansei de abobrinha, agora vou de pimentinha", disse Heloísa, ao contar a brincadeira feita com apelidos dados respectivamente a Alckmin, a Lula e a ela.
O desempenho da senadora foi elogiado ontem no Rio pelo senador José Sarney (PMDB-AP), que apóia Lula. Para ele, Heloísa não pode ser encarada como "figurante" na eleição.
"Sua subida [nas pesquisas] é resultado direto de sua personalidade e de seu espaço político. Não me surpreende em nada. Conheço bem a candidata e sei que ela é brilhante e inteligente e que, sobretudo, tem um espaço político para ela no Brasil e que ela o está ocupando."
A senadora passou a manhã em Juazeiro do Norte (a 540 km de Fortaleza) e assistiu à missa de homenagem aos 72 anos de morte do padre Cícero, que reuniu cerca de 30 mil pessoas. Ficou no altar em frente à igreja do Socorro com outras autoridades, como o governador do Ceará, Lúcio Alcântara (PSDB). Mas evitou cumprimentá-lo, descendo do altar assim que a missa acabou. No meio da multidão, ganhou uma estátua do padre Cícero e outros apelidos: "cangaceira do bem" e "Maria Bonita do bem".
Sobre propostas de governo, a candidata disse que pretende reduzir a taxa básica de juros pela metade, para também diminuir a dívida pública, e aumentar a meta de crescimento da economia para 6,5%.
Ela não definiu se irá fazer a estatização de alguma empresa privatizada. "É especulação indevida dizer o que fazer sem uma auditoria." Sobre a moratória da dívida pública, falou novamente em "auditoria". "Se você quer uma palavra forte para botar lá na manchetezinha, diga que vou enfrentar os moleques do capital financeiro, sabotadores do desenvolvimento." (KAMILA FERNANDES, JOSÉ EDUARDO RONDON E CRISTINA TARDÁGUILA)


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