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Senadora diz que eleitor cansou de "chuchu" e "abobrinha" e vai votar na "pimentinha"
DA AGÊNCIA FOLHA, EM JUAZEIRO DO
NORTE (CE) E EM FORTALEZA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO
Ao comentar seu desempenho na disputa eleitoral, a candidata à Presidência pelo
PSOL, Heloísa Helena, afirmou
que está no "encalço" de seus
principais adversários, Geraldo
Alckmin (PSDB) e Luiz Inácio
Lula da Silva, a quem chamou
de "sua majestade barbuda".
Em campanha ontem na terra de padre Cícero, a senadora,
que está em terceiro lugar na
corrida presidencial segundo
última pesquisa Datafolha,
com 10% das intenções de voto,
repetiu a frase de um eleitor
que disse que a eleição virou
uma feira livre. "Ele me disse:
cansei de chuchu, cansei de
abobrinha, agora vou de pimentinha", disse Heloísa, ao
contar a brincadeira feita com
apelidos dados respectivamente a Alckmin, a Lula e a ela.
O desempenho da senadora
foi elogiado ontem no Rio pelo
senador José Sarney (PMDB-AP), que apóia Lula. Para ele,
Heloísa não pode ser encarada
como "figurante" na eleição.
"Sua subida [nas pesquisas] é
resultado direto de sua personalidade e de seu espaço político. Não me surpreende em nada. Conheço bem a candidata e
sei que ela é brilhante e inteligente e que, sobretudo, tem um
espaço político para ela no Brasil e que ela o está ocupando."
A senadora passou a manhã
em Juazeiro do Norte (a 540
km de Fortaleza) e assistiu à
missa de homenagem aos 72
anos de morte do padre Cícero,
que reuniu cerca de 30 mil pessoas. Ficou no altar em frente à
igreja do Socorro com outras
autoridades, como o governador do Ceará, Lúcio Alcântara
(PSDB). Mas evitou cumprimentá-lo, descendo do altar assim que a missa acabou. No
meio da multidão, ganhou uma
estátua do padre Cícero e outros apelidos: "cangaceira do
bem" e "Maria Bonita do bem".
Sobre propostas de governo,
a candidata disse que pretende
reduzir a taxa básica de juros
pela metade, para também diminuir a dívida pública, e aumentar a meta de crescimento
da economia para 6,5%.
Ela não definiu se irá fazer a
estatização de alguma empresa
privatizada. "É especulação indevida dizer o que fazer sem
uma auditoria." Sobre a moratória da dívida pública, falou
novamente em "auditoria". "Se
você quer uma palavra forte para botar lá na manchetezinha,
diga que vou enfrentar os moleques do capital financeiro, sabotadores do desenvolvimento."
(KAMILA FERNANDES, JOSÉ EDUARDO RONDON E CRISTINA TARDÁGUILA)
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