São Paulo, terça-feira, 21 de julho de 2009

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Painel

VERA MAGALHÃES (interina) - painel@uol.com.br

Linha de (des)montagem

O relator da CPI da Petrobras, Romero Jucá (PMDB-RR), estabeleceu uma linha direta com o escritório da empresa em Brasília, transformado em quartel-general para o manejo da crise. Todos os requerimentos protocolados são enviados para lá. Cabe ao representante da empresa na capital, Carlos Figueiredo, o comando de uma equipe que emite pareceres sobre cada um deles. O presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli, que tem despachado em Brasília duas vezes por semana, monitora o trabalho.
A avaliação governista é que, até aqui, os pedidos da oposição estão bem fundamentados, se atendo aos objetos que constam do pedido de criação da CPI, o que dificulta o trabalho de mandá-los para a gaveta.




Dívida paga. Um dos petistas que defendiam o apoio a José Sarney (PMDB-AP) na bancada decreta: no segundo semestre, não se deve esperar novos gestos de Lula ou do PT em defesa do presidente do Senado. "Daqui para a frente, os fatos têm de ajudar", diz.

Prioridades 1. A trajetória parlamentar do presidente do Conselho de Ética do Senado, Paulo Duque (PMDB-RJ), lista 29 proposições, mas, ao invés de projetos, há uma lista de "congratulações" e de votos de pesar e de aplauso.

Prioridades 2. Duque lembrou do Dia Nacional do Bibliotecário, parabenizou o presidente do PMDB Afro e apresentou "congratulações à Secretaria Especial de Editoração e Publicações do Senado", um dos setores alvo de denúncias de nepotismo.

Palco. Em tempos de múltiplas denúncias no Senado, o Congresso bateu o recorde de visitas no último final de semana: 4.375 pessoas. O anterior era de 2.993 visitantes.

Burocracia. Relatório parcial da comissão criada para analisar a anulação dos atos secretos do Senado dividiu as decisões em nove categorias, entre elas nomeações, exonerações e movimentação de servidores. Não há, até aqui, um critério genérico sobre as medidas a serem adotadas.

Pepino. Uma questão em especial quebra a cabeça dos integrantes da comissão: os casos em que funcionários nomeados a partir de atos secretos estão aposentados.

Inflação. O gasto de R$ 2,7 milhões previsto pela Presidência para o desfile de Sete de Setembro deste ano supera em quase R$ 400 mil o que foi reservado para o mesmo objetivo no ano passado.

Às turras 1. Carlos Minc (Meio Ambiente) chamou o colega Reinhold Stephanes (Agricultura) para um tête-à-tête, na semana passada. Selaram uma trégua e discutiram punições aos produtores rurais que desmatam além do limite da lei. "Foi uma conversa civilizada", diz Stephanes.

Às turras 2. O armistício durou pouco. Dias depois, o ministro da Agricultura soube que Minc voltara a se referir a ele e a ruralistas como "filhotes de motosserra". E reagiu: "Ele precisa criar juízo".

Poupança. Em reunião ontem com o conselho do Banco do Brasil, Lula recebeu um crachá de "funcionário honorário" da instituição. Presente ao evento, a primeira dama, Marisa Letícia, brincou com o marido: "Aproveita para pegar um crédito consignado".

Substituto 1. Diferentemente do antecessor, Luiz Antonio Eira, que tinha um perfil técnico, o novo secretário executivo do Ministério da Integração Nacional é um peemedebista com forte ligação política e pessoal com o ministro Geddel Vieira Lima.

Substituto 2. João Reis Santana Filho, ex-secretário de Recursos Hídricos, já presidiu o PMDB-BA e foi secretário do prefeito de Salvador, João Henrique. Pesou na escolha o fato de Lula ter dito que os ministros-candidatos serão substituídos pelos subs.

com SILVIO NAVARRO e LETÍCIA SANDER

Tiroteio

"Lula abriu seu coração até para o Collor, devia superar essa mágoa pela derrota no Senado e livrar o pobre contribuinte brasileiro de mais um imposto."


Do deputado PAULO BORNHAUSEN (DEM-SC), sobre a ideia em gestação no governo de ressuscitar a CPMF, que ainda está embutida em contratos entre o governo e a iniciativa privada.

Contraponto

Tratamento de choque

Nos anos 90, o então governador do Amazonas Gilberto Mestrinho, morto anteontem aos 81 anos, entrou em atrito com ambientalistas por defender a caça de jacaré sob o argumento de que havia uma ameaça à população ribeirinha. Para tentar aplacar os ânimos, Mestrinho convidou um grupo de ambientalistas para um passeio em seu iate, no qual apresentaria projetos de preservação ambiental. Na hora do almoço, entretanto, foi servida uma "tartarugada", para constrangimento geral.
-Por que não servir tambaqui?-, reagiu um assessor.
Ao que Mestrinho disfarçou o sorriso e rebateu:
-Quando o doente não quer frango, frango no doente...


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