São Paulo, terça-feira, 21 de julho de 2009

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Juiz ordena a abertura de mais 3 inquéritos sobre a operação

DA REPORTAGEM LOCAL

O juiz da 6ª Vara Federal Criminal de São Paulo, Fausto Martin De Sanctis, determinou a abertura de mais três inquéritos, na Polícia Federal, para que sejam investigadas atividades relacionadas ao banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity.
Agora passa a seis o total de investigações policiais decorrentes da Operação Satiagraha sobre Dantas e o Opportunity.
O juiz acolheu um pedido nesse sentido feito no início do mês pelo procurador da República Rodrigo de Grandis. Os inquéritos deverão ser tocados pela Delefin (Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros) da PF paulista, onde tramitam os três primeiros inquéritos originados da Satiagraha.
As três novas investigações serão as seguintes: 1) as atividades do braço direito de Dantas, Carlos Rodemburg, na Agropecuária Santa Bárbara (no Pará), e a conduta do advogado Luís Eduardo Greenhalgh, ex-deputado federal pelo PT paulista, que buscou informações sobre a Operação Satiagraha no gabinete da Presidência; 2) a venda da Brasil Telecom, da qual o Opportunity era acionista, para o grupo Oi/ Telemar, após um decreto presidencial criar as condições para o negócio; 3) o Opportunity Fund, um fundo criado por Dantas no paraíso fiscal das ilhas Cayman.

Privatizações
Atualmente com 559 cotistas e um patrimônio líquido de R$ 2,19 bilhões (dados de 30 de junho passado), o fundo foi criado por Dantas em 1994 e teve participação intensa no processo de privatização de serviços públicos lançado pelo governo brasileiro na década de 90.
O fundo adquiriu ações, em conjunto com fundos de pensão de estatais e outros investidores, de três companhias telefônicas, de parte do Metrô do Rio e do terminal de contêineres do Porto de Santos (SP). A suspeita do Ministério Público e da PF é que o fundo oculte recursos de origem ilícita.
O fundo de Cayman é protegido pelas leis do paraíso fiscal. Entre os cotistas há empresas cujos verdadeiros proprietários não estão identificados pelas autoridades brasileiras.

Condenação
Dos três inquéritos policiais já em andamento na PF, Dantas foi condenado em um pelo juiz De Sanctis a dez anos de reclusão por corrupção ativa (ele responde ao processo em liberdade). No segundo, o juiz acolheu na última sexta a denúncia feita por De Grandis e abriu investigação sobre gestão fraudulenta e crimes financeiros.
O terceiro inquérito aberto na PF trata do grupo ligado a Naji Nahas. A Folha apurou que o relatório final apresentado pela PF foi devolvido ao órgão pelo Ministério Público Federal, que pediu dados e investigações complementares.
Dantas enfrenta outras investigações criminais. É alvo de inquérito por conta da contratação da empresa Kroll que, segundo a PF, espionou integrantes do alto escalão do governo Lula. (RUBENS VALENTE)


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