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Juiz ordena a abertura de mais 3 inquéritos sobre a operação
DA REPORTAGEM LOCAL
O juiz da 6ª Vara Federal Criminal de São Paulo, Fausto
Martin De Sanctis, determinou
a abertura de mais três inquéritos, na Polícia Federal, para que
sejam investigadas atividades
relacionadas ao banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity.
Agora passa a seis o total de
investigações policiais decorrentes da Operação Satiagraha
sobre Dantas e o Opportunity.
O juiz acolheu um pedido
nesse sentido feito no início do
mês pelo procurador da República Rodrigo de Grandis. Os inquéritos deverão ser tocados
pela Delefin (Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros)
da PF paulista, onde tramitam
os três primeiros inquéritos
originados da Satiagraha.
As três novas investigações
serão as seguintes: 1) as atividades do braço direito de Dantas,
Carlos Rodemburg, na Agropecuária Santa Bárbara (no Pará),
e a conduta do advogado Luís
Eduardo Greenhalgh, ex-deputado federal pelo PT paulista,
que buscou informações sobre
a Operação Satiagraha no gabinete da Presidência; 2) a venda
da Brasil Telecom, da qual o
Opportunity era acionista, para
o grupo Oi/ Telemar, após um
decreto presidencial criar as
condições para o negócio; 3) o
Opportunity Fund, um fundo
criado por Dantas no paraíso
fiscal das ilhas Cayman.
Privatizações
Atualmente com 559 cotistas
e um patrimônio líquido de R$
2,19 bilhões (dados de 30 de junho passado), o fundo foi criado por Dantas em 1994 e teve
participação intensa no processo de privatização de serviços
públicos lançado pelo governo
brasileiro na década de 90.
O fundo adquiriu ações, em
conjunto com fundos de pensão de estatais e outros investidores, de três companhias telefônicas, de parte do Metrô do
Rio e do terminal de contêineres do Porto de Santos (SP). A
suspeita do Ministério Público
e da PF é que o fundo oculte recursos de origem ilícita.
O fundo de Cayman é protegido pelas leis do paraíso fiscal.
Entre os cotistas há empresas
cujos verdadeiros proprietários
não estão identificados pelas
autoridades brasileiras.
Condenação
Dos três inquéritos policiais
já em andamento na PF, Dantas foi condenado em um pelo
juiz De Sanctis a dez anos de reclusão por corrupção ativa (ele
responde ao processo em liberdade). No segundo, o juiz acolheu na última sexta a denúncia
feita por De Grandis e abriu investigação sobre gestão fraudulenta e crimes financeiros.
O terceiro inquérito aberto
na PF trata do grupo ligado a
Naji Nahas. A Folha apurou
que o relatório final apresentado pela PF foi devolvido ao órgão pelo Ministério Público Federal, que pediu dados e investigações complementares.
Dantas enfrenta outras investigações criminais. É alvo de
inquérito por conta da contratação da empresa Kroll que, segundo a PF, espionou integrantes do alto escalão do governo
Lula.
(RUBENS VALENTE)
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