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MUDANÇA MINISTERIAL
No Desenvolvimento, ex-chefe da Casa Civil evita entrar em conflito com metas de ajuste
Carvalho promete "acelerar o passo"
da Sucursal de Brasília
O novo ministro do Desenvolvimento, Clóvis Carvalho, assumiu
ontem o cargo prometendo ""acelerar o passo" do projeto de retomada do crescimento econômico
sem entrar em conflito com o as
metas do ajuste fiscal do governo.
"Temos pressa", repetiu várias
vezes durante o discurso de posse,
no qual deu igual importância à
estabilidade e ao crescimento.
Carvalho não anunciou novas
medidas que poderiam marcar a
diferença em relação aos primeiros seis meses e meio de vida do
ministério. Criado como carro-chefe do segundo mandato do
presidente Fernando Henrique
Cardoso, obteve até agora resultados considerados frustrantes.
O novo ministro disse que perseguirá a meta de aumentar as exportações brasileiras até US$ 100
bilhões em 2002 -a principal
missão que FHC lhe deu. ""É uma
convocação para valer, é um desafio nacional", afirmou. Na véspera, Carvalho disse que o prazo era
""apertado" para cumprir a meta.
""É fácil? De forma alguma. É
ambiciosa, é difícil, mas é possível, sem a menor dúvida", afirmou o ministro, em entrevista,
sobre a polêmica meta fixada no
programa de governo de FHC na
campanha da reeleição.
Apesar do comportamento tímido das exportações após a desvalorização do real, Carvalho enxerga uma recuperação das vendas externas. Ele não disse como o
governo pretende tirar do papel a
meta das exportações. ""Não há receita específica", respondeu.
A receita de Carvalho foi apresentada em linhas gerais no seu
discurso, aplaudido por políticos,
empresários e colegas de pasta.
Embora negasse que faltem linhas de financiamento aos empresários, o ministro defendeu
uma política ""agressiva" de promoção de investimentos e novas
iniciativas para reduzir os custos
de investimentos no país. Disse
que trabalhará para ver aprovada
uma reforma tributária ainda
neste ano e defendeu a revisão da
Lei das Sociedades Anônimas.
Carvalho condenou o protecionismo e insistiu em que, para
apoiar os esforços de reestruturação do sistema produtivo, ""o governo não precisa distribuir subsídios nem escolher quem perde e
quem ganha".
Sobre a concessão de incentivos
fiscais à futura fábrica da Ford na
Bahia, Carvalho fez uma ressalva.
Disse que governo estimulará a
instalação de indústrias em outras
áreas ""acima de São Paulo": ""Precisamos enfrentar as desigualdades regionais".
Na solenidade de transmissão
de cargo, Carvalho se esforçou para neutralizar adversários dentro
do próprio ministério e da base
política de apoio do governo.
""Eu venho para somar. Por
mais que alguns duvidem", disse,
prometendo trabalhar integrado
aos ministérios da Agricultura e
da Integração Nacional, este ainda a oficialmente ser criado.
O ministro atribuiu a uma visão
distorcida a expectativa de que seria um ""superministro". Mas sua
proximidade com FHC foi apontada na solenidade por políticos e
empresários como a principal
chance de sucesso de Carvalho.
O ex-ministro Celso Lafer teve
de pedir silêncio à platéia para poder concluir seu discurso de despedida. Em tom de mágoa, fez
uma prestação de contas e elogios
ao presidente e a seu sucessor.
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