São Paulo, terça-feira, 21 de agosto de 2001

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SUCESSÃO NO ESCURO

Presidenciáveis sugerem aliança já no primeiro turno

Ciro e Itamar aceitam ser vice em chapa oposicionista

ANTONIO CARLOS DE FARIA
DA SUCURSAL DO RIO

Itamar Franco (PMDB) e Ciro Gomes (PPS) iniciaram ontem no Rio discussões para uma aliança entre os dois ainda no primeiro turno da eleição presidencial de 2002. Ambos são virtuais candidatos e disseram que vão propor a ampliação da aliança ao PT.
O objetivo é formalizar uma frente das oposições a Fernando Henrique Cardoso, de forma a derrotar o candidato do governo. Na busca de uma candidatura única das oposições, Ciro e o governador de Minas disseram estar dispostos a abrir mão da intenção de encabeçar a chapa eleitoral.
"A definição do cabeça de chapa se dará pelo processo político e pela discussão de propostas", disse Ciro. Ambos negam haver de antemão uma preponderância do PT, que tem Luiz Inácio Lula da Silva liderando as pesquisas de intenção de voto. Na prática, a proposta esbarra na definição dos petistas, que já anunciaram que o partido terá candidato próprio.
Lula comentou ontem, em São Paulo, a proposta de Ciro e Itamar. "O PT continua acreditando que é possível ter uma candidatura única e está disposto a discutir com qualquer força política. Agora, o dado concreto é que o PT, já está mais do que provado, terá candidato a presidente da República. Um partido que tem a participação que o PT tem não abdicará de ter candidato."
Itamar disse que está conversando com os petistas no sentido de poder contar com o partido ainda no primeiro turno na frente de oposições e que para isso é preciso que ambos os lados não imponham precondições. Ele anunciou que hoje terá um encontro, em Belo Horizonte, com o deputado federal José Dirceu, presidente licenciado do PT, no qual vai propor a aproximação.
Ciro e Itamar não incluem na frente o governador do Rio, Anthony Garotinho, pré-candidato do PSB à Presidência. Segundo Itamar, Garotinho não figura entre os políticos que se opõem ao modelo econômico vigente.
O governador de Minas disse que o segundo passo de sua ação para uma frente de oposições se dará após a convenção do PMDB, em setembro. Caso o candidato governista, deputado federal Michel Temer, ganhe a presidência da legenda, derrotando o oposicionista Maguito Vilela, Itamar irá para outro partido.
O encontro de ontem foi promovido por Leonel Brizola, presidente do PDT, que diz que seu partido está aberto à entrada do governador de Minas, mas que cabe a Itamar definir seu destino.
Os três criticaram a interferência do presidente FHC na disputa pela presidência do PMDB, dizendo que isso é uma ação intervencionista para evitar que o partido tenha Itamar como candidato contra o governo.


Colaborou a Reportagem Local



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