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SUCESSÃO NO ESCURO
Presidenciáveis sugerem aliança já no primeiro turno
Ciro e Itamar aceitam ser
vice em chapa oposicionista
ANTONIO CARLOS DE FARIA
DA SUCURSAL DO RIO
Itamar Franco (PMDB) e Ciro
Gomes (PPS) iniciaram ontem no
Rio discussões para uma aliança
entre os dois ainda no primeiro
turno da eleição presidencial de
2002. Ambos são virtuais candidatos e disseram que vão propor a
ampliação da aliança ao PT.
O objetivo é formalizar uma
frente das oposições a Fernando
Henrique Cardoso, de forma a
derrotar o candidato do governo.
Na busca de uma candidatura
única das oposições, Ciro e o governador de Minas disseram estar
dispostos a abrir mão da intenção
de encabeçar a chapa eleitoral.
"A definição do cabeça de chapa
se dará pelo processo político e
pela discussão de propostas", disse Ciro. Ambos negam haver de
antemão uma preponderância do
PT, que tem Luiz Inácio Lula da
Silva liderando as pesquisas de intenção de voto. Na prática, a proposta esbarra na definição dos petistas, que já anunciaram que o
partido terá candidato próprio.
Lula comentou ontem, em São
Paulo, a proposta de Ciro e Itamar. "O PT continua acreditando
que é possível ter uma candidatura única e está disposto a discutir
com qualquer força política. Agora, o dado concreto é que o PT, já
está mais do que provado, terá
candidato a presidente da República. Um partido que tem a participação que o PT tem não abdicará de ter candidato."
Itamar disse que está conversando com os petistas no sentido
de poder contar com o partido
ainda no primeiro turno na frente
de oposições e que para isso é preciso que ambos os lados não imponham precondições. Ele anunciou que hoje terá um encontro,
em Belo Horizonte, com o deputado federal José Dirceu, presidente licenciado do PT, no qual
vai propor a aproximação.
Ciro e Itamar não incluem na
frente o governador do Rio, Anthony Garotinho, pré-candidato
do PSB à Presidência. Segundo
Itamar, Garotinho não figura entre os políticos que se opõem ao
modelo econômico vigente.
O governador de Minas disse
que o segundo passo de sua ação
para uma frente de oposições se
dará após a convenção do PMDB,
em setembro. Caso o candidato
governista, deputado federal Michel Temer, ganhe a presidência
da legenda, derrotando o oposicionista Maguito Vilela, Itamar
irá para outro partido.
O encontro de ontem foi promovido por Leonel Brizola, presidente do PDT, que diz que seu
partido está aberto à entrada do
governador de Minas, mas que
cabe a Itamar definir seu destino.
Os três criticaram a interferência do presidente FHC na disputa
pela presidência do PMDB, dizendo que isso é uma ação intervencionista para evitar que o partido
tenha Itamar como candidato
contra o governo.
Colaborou a Reportagem Local
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