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Jobim afirma que decisão foi jurídico-política
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente do Supremo
Tribunal Federal, Nelson Jobim, afirmou em São Paulo que
a decisão que autorizou a taxação dos funcionários públicos
aposentados foi "jurídico-política". O ministro disse, no entanto, que a medida foi liberada
com base em "critérios absolutamente constitucionais".
Na quarta-feira, o STF julgou
que a cobrança de contribuição
previdenciária de servidores
inativos e pensionistas não fere
a Constituição.
O governo Fernando Henrique Cardoso (95-02) já havia
tentado fazer essa taxação, sem
sucesso, o que levou a críticas
de que a decisão do STF nesta
semana foi tomada por pressões políticas.
Jobim, no entanto, disse que
a medida anterior foi rejeitada
por ter sido uma lei, não uma
emenda constitucional, como
agora. "Havia uma decisão anterior em que se disse que a taxação de inativos só seria admissível se houvesse um texto
constitucional específico, e esse
texto veio", afirmou.
Fim do direito adquirido
O presidente do STF negou
que a decisão abra uma brecha
para o fim do direito adquirido,
como avaliou o Planalto. "O
que se admitiu é que não existe
direito adquirido a não ser tributado. Não se discutiu o direito adquirido", disse.
O direito adquirido é algo tido como líquido e certo e que,
assim, não pode mais ser tirado
do cidadão, como a garantia da
sua aposentadoria.
Pelo julgamento do STF, de
acordo com Jobim, a mudança
do modo de cobrança de impostos sobre um direito adquirido não fere esse direito.
"Hoje você está numa determinada situação, amanhã se
cria um tributo e você tem de
pagar. Não significa que, pelo
fato de você ser tributado hoje
pelo modelo X, que mais
adiante você não possa ser tributado", explicou.
(PDL)
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