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Heloísa diz que Lula fez "favelização agrária"
DA AGÊNCIA FOLHA, EM TAMARANA
A senadora Heloísa Helena,
candidata do PSOL à Presidência da República, disse ontem
em Tamarana (norte do Paraná) que, se eleita, irá assentar 1
milhão de famílias por ano em
seu governo, em um "projeto
sério de reforma agrária". Ela
disse que nos últimos 12 anos,
durante os governos FHC e Lula, não houve reforma agrária, e
sim uma "favelização rural".
Na manhã de ontem, a senadora Heloísa Helena participou
da Romaria da Terra, em Tamarana, e acabou sendo criticada, junto com outros políticos
que foram ao evento religioso,
pelo arcebispo de Londrina,
dom Orlando Brandes.
"A romaria é uma celebração
religiosa e não lugar para políticos fazerem palanque", disse o
arcebispo Orlando Brandes, irritado com a presença de candidatos na romaria, que reuniu
cerca de 25 mil pessoas, segundo os organizadores.
Flávio Arns e Gleisi Hoffmann, candidatos do PT ao governo do Paraná e ao Senado,
respectivamente, também estavam presentes no evento.
À tarde, já em Londrina (379
km ao norte de Curitiba), Heloísa Helena gravou um programa de entrevista na TV Tarobá
(afiliada da Rede Bandeirantes). Durante a entrevista, afirmou que estará no segundo turno, mas não disse contra quem.
Para ela, chegar ao segundo
turno será "quase um milagre",
já que ela faz campanha em
avião de carreira, "contra o Aerolula e os jatos tucanos".
A senadora disse não ser
"doida" para querer implantar
o socialismo no país. "A história
da esquerda no Brasil não começou com o PT e nem vai acabar com o PSOL. Precisamos
antes consolidar a democracia
no país", afirmou.
Segundo a candidata, os empresários não precisam ter medo de um eventual governo
seu." Quem quer trabalhar não
precisa ter medo de mim. Os
especuladores, os banqueiros e
os políticos bandidos, esses sim
precisam ter medo", disse.
Heloísa Helena defendeu
ainda aumentar a estrutura da
PF e das Forças Armadas para
fazer frente ao crime organizado no país, que segundo ela,
"tem raízes no Congresso Nacional, no Judiciário e no Executivo".
(JOSÉ MASCHIO)
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