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JANIO DE FREITAS
A cena se agita
A volta dos 40 do mensalão à cena traz novo período de excitação política, seja qual for a decisão do Supremo
A VOLTA DOS 40 do mensalão à
cena, com o previsto início
amanhã da decisão judicial de
submetê-los, ou não, a processo criminal, traz novo período de excitação política, seja qual for a decisão
do Supremo Tribunal Federal.
Caso o processo venha a ser recusado, ou dele se vejam excluídas figuras já incriminadas na opinião pública, pode-se esperar que a decisão
seja recebida no país como consagração da norma de impunidade.
Com a conseqüência de reações de
sentido e vigor determinados muito
mais por emoções do que por considerações controladas.
No caso de abertura do processo,
sabe-se que a Procuradoria Geral da
República tem novidades a apresentar, produzidas por investigações
ainda não divulgadas. Estejam ou
não entre tais novidades, não há dúvida de que restaram mesmo fatos
muito graves que a politicagem na
CPI não viu ou não quis ver. Todos,
ou quase, com ressonâncias muito
incômodas para o governo. Ainda
que nem tudo venha à superfície, o
que vier terá reflexo político.
Os ministros do Supremo vivem
um momento muito especial, mas
os meios de comunicação também
estão sob o questionamento de suas
reações em caso de recusa do processo. Combustível inflamado, com
a liberação de impulsos reprimidos
a custo, ou, afinal, a oportunidade de
aprofundamentos conceituais que
têm faltado aos próprios meios de
comunicação, ao Congresso, aos governos, intelectuais e "cientistas"
disto e daquilo, em favor de uma revisão da vida nacional?
A propósito do Supremo, o ex-ministro Sepúlveda Pertence fracassou nas suas pretendidas explicações para o pedido antecipado de
aposentadoria, feito uma semana
antes do previsto início da decisão
sobre os 40 do mensalão.
Sepúlveda Pertence não precisaria aguardar até 21 de novembro, data de sua aposentadoria compulsória por idade. Bastaria permanecer
por uma ou poucas semanas, a qualquer custo, com a atitude que quisesse.
Do ponto de vista do que se deve
esperar de um ministro do Supremo
Tribunal Federal, e do que ele tem o
dever de mostrar, acima de questões
pessoais ou ideológicas, a ocasião da
aposentadoria pedida por Sepúlveda Pertence e as pretensas explicações são muito mais do que insatisfatórias.
O vitorioso
Ainda que o "Cansei" tenha reunido as 5.000 pessoas estimadas
pelo presidente da OAB-SP, Luis
Flávio D'Urso, e não as 2.000 calculadas pela PM, a manifestação deu
uma vitória política a Lula.
Mesmo explorando o sentimento
dos enlutados pelo desastre de
Congonhas, a manifestação não
conseguiu nem uma presença numericamente representativa dos
filiados da OAB-SP. Se a presença
fosse paga, o outro líder, João Doria
Jr., poria maior número de pessoas, a julgar pelo que fatura com
seus "eventos" para empresários
muito ricos. E nesses a pancadaria
em Lula e no governo é garantida.
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