São Paulo, quinta-feira, 21 de agosto de 2008

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Estudioso vê resistência de parlamentares

DA REDAÇÃO

O sociólogo Felix Garcia Lopez Junior, 32, da Uerj, afirma que o nepotismo tende a diminuir à medida que o país se desenvolve, mas a prática persiste porque encontra "um alto nível de legitimidade entre os próprios políticos".
Autor da tese "A política de espólio dos deputados estaduais do Rio de Janeiro: estudo sobre as indicações para cargos de confiança", Lopez Junior diz que os parlamentares têm um argumento lógico para defender o nepotismo: "É preciso estar cercado de pessoas de confiança num setor onde há grande risco de traição, e esse nível de confiança só é encontrado entre os parentes".
Como os assessores são os principais mediadores entre os parlamentares e seus cabos eleitorais, a possibilidade de que um deles "vire a casaca" significa a perda de toda uma base eleitoral ou o vazamento de informações privilegiadas. Os deputados que ele entrevistou alegam ainda que a nomeação de parentes é um fator que inibe a corrupção: "Como a política no Brasil é corrupta, eles afirmam que não podem correr o risco de indicar qualquer um para um cargo pelo qual eles são responsáveis".
Segundo ele, o nepotismo data da era colonial, quando "não havia impessoalidade na administração, que era um locus do poder pessoal", e começa a ceder no período republicano graças à "tendência geral de burocratização da administração sob o capitalismo". Esse movimento geral é acompanhado porém por "contramovimentos, que explicam a existência de milhares de cargos de confiança nos três níveis da administração".


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