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Aécio libera mais R$ 246 milhões para TJ
Crédito a tribunal é aprovado apesar de queda de R$ 2 bi na receita; governo nega aumento de despesa
Reprodução
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Maquete do projeto para construção do novo Tribunal de Justiça
de Minas orçado em R$549 mi
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
Menos de quatro meses após
Aécio Neves (PSDB) pedir a seu
secretariado cortes de 20% nos
gastos, o próprio governador
cedeu ao pedido da Justiça local para gastar mais em 2009. A
Assembleia Legislativa aprovou anteontem projeto de lei de
Aécio pedindo crédito de R$
246,6 milhões para o TJ-MG
(Tribunal de Justiça de Minas).
O suplemento representa
57,3% dos R$ 430 milhões que
o governo pretende economizar até o fim do ano com os cortes no custeio do Executivo.
Com perda de R$ 2 bilhões na
receita estadual nos sete primeiros meses de 2009, a autorização para o gasto extra pode
ficar sem cobertura orçamentária, comprometendo a Lei de
Responsabilidade Fiscal.
É o que diz parecer da comissão de Fiscalização Financeira
e Orçamentária da Assembleia,
que aprovou o projeto antes da
votação do projeto em plenário.
"Destacamos que RCL (Receita Corrente Líquida) de
R$ 38,9 bilhões estimada para o
corrente ano não vem se realizando devido à crise financeira
internacional", diz o parecer.
"Caso a arrecadação estadual
não atinja a estimativa para
2009 e o TJ realize os créditos
suplementares, o limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal será excedido."
Apesar da ressalva, o projeto
foi aprovado pela comissão,
que alegou "que o crédito suplementar não cria nem aumenta despesas". Votaram oito
deputados, todos da base do governo Aécio Neves.
Com orçamento de R$ 2,39
bilhões, o TJ quer suplementá-lo para despesas com pessoal
(R$ 158 milhões), construção
de prédios (R$ 60 milhões) e
aquisição de materiais e equipamentos (R$ 21 milhões).
O dinheiro sairá, por exemplo, do superávit de receitas anteriores. Até o rendimento de
aplicações financeiras de convênio com o Ministério da Justiça foi incluído na conta.
Em 2007, a Folha revelou
que o Judiciário planejava gastar R$ 1,2 bilhão em três obras
no país, entre elas a do TJ-MG.
À época, a Procuradoria apurava suspeitas de desperdício de
dinheiro e superfaturamento.
Em 2008, o TJ-MG suspendeu
a construção de sua sede, cuja
estimativa de gasto chegava a
R$ 549 milhões.
O governo disse que o crédito
não implica ônus ao Tesouro
porque os recursos sairão de
arrecadação própria do tribunal e, no que envolve caixa do
Estado, foi feita readequação.
O TJ-MG disse que "o valor da
suplementação provém, em
grande parte, de remanejamentos e de excesso de arrecadação de recursos próprios".
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