São Paulo, quinta-feira, 21 de setembro de 2000

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NARCOTRÁFICO
Segundo administrador da agência norte-americana antidrogas, ações são em conjunto com a Polícia Federal
EUA atuam há 25 anos no Brasil, diz agente do DEA

ROBERTO COSSO
DA REPORTAGEM LOCAL

O administrador do DEA (Drug Enforcement Administration, a agência norte-americana antidrogas), Donnie Marshall, disse ontem que o governo dos EUA atua há 25 anos no combate ao plantio de drogas no Brasil, inclusive com a presença de autoridades norte-americanas em solo brasileiro.
"No que diz respeito a autoridades norte-americanas em solo brasileiro, o DEA opera no Brasil de forma constante e contínua, sempre coordenando suas atividades com a Polícia Federal", diz.
Ele afirma que seus agentes não têm "nenhuma autoridade policial no Brasil, para aplicar a lei". Por isso, eles sempre trabalhariam com a Polícia Federal, "em coisas como troca de informações, treinamento, construção de instrumentos, repressão de produtos químicos e extradições".
O administrador do DEA ressalta, contudo, que as autoridades norte-americanas não atuam de modo unilateral. "Apenas com as autoridades brasileiras."
Marshall concedeu entrevista ontem à tarde, pouco antes da abertura oficial do 1º Congresso Mundial no Ministério Público, que ocorre no Hotel Transamérica, em São Paulo. Ele dará palestra hoje sobre a necessidade de colaboração internacional para o combate ao narcotráfico.
O administrador do DEA afirmou que "a produção de maconha é um problema no Brasil", mas diz não ter notícias sobre a produção de cocaína no país.
Ele disse ter sido informado sobre "algumas operações de sucesso por parte do governo brasileiro para combater o plantio de maconha no Nordeste do país".

América Latina
Marshall afirma que a Colômbia representa "o desafio mais grave" no combate ao narcotráfico "na América Latina, se não no mundo inteiro", mas diz que a produção de coca pelo Peru e pela Bolívia também preocupa o governo norte-americano.
Ele diz que os esforços do DEA para combater o narcotráfico na Colômbia tiveram bons resultados. "Junto com a polícia colombiana destruímos o Cartel de Medelin. O Cartel de Cali foi seriamente danificado. Mais recentemente, colaboramos na Operação Milênio, na qual prendemos por volta de 34 dos maiores narcotraficantes do mundo."
Questionado sobre se existe algum plano dos EUA para combater o plantio de drogas no Brasil, Marshall disse que "certamente há". Ele afirma que os governos trabalharam "em parceria" nos últimos 25 anos. "Estamos colaborando com o governo do Brasil. O DEA tem representação no Brasil. O Departamento de Estado administra recursos para atacar narcotraficantes em colaboração com as autoridades brasileiras."
Sem dar detalhes, ele diz que existe um programa comum de combate ao narcotráfico dos dois governos. "Iremos continuar esses esforços. Iremos monitorar as mudanças (na conduta dos narcotraficantes), trabalhar juntos com o governo que for e calibrar nossa atividade conforme essas mudanças ocorram."


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