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NARCOTRÁFICO
Segundo administrador da agência norte-americana antidrogas, ações são em conjunto com a Polícia Federal
EUA atuam há 25 anos no Brasil, diz agente do DEA
ROBERTO COSSO
DA REPORTAGEM LOCAL
O administrador do DEA (Drug
Enforcement Administration, a
agência norte-americana antidrogas), Donnie Marshall, disse ontem que o governo dos EUA atua
há 25 anos no combate ao plantio
de drogas no Brasil, inclusive com
a presença de autoridades norte-americanas em solo brasileiro.
"No que diz respeito a autoridades norte-americanas em solo
brasileiro, o DEA opera no Brasil
de forma constante e contínua,
sempre coordenando suas atividades com a Polícia Federal", diz.
Ele afirma que seus agentes não
têm "nenhuma autoridade policial no Brasil, para aplicar a lei".
Por isso, eles sempre trabalhariam com a Polícia Federal, "em
coisas como troca de informações, treinamento, construção de
instrumentos, repressão de produtos químicos e extradições".
O administrador do DEA ressalta, contudo, que as autoridades
norte-americanas não atuam de
modo unilateral. "Apenas com as
autoridades brasileiras."
Marshall concedeu entrevista
ontem à tarde, pouco antes da
abertura oficial do 1º Congresso
Mundial no Ministério Público,
que ocorre no Hotel Transamérica, em São Paulo. Ele dará palestra
hoje sobre a necessidade de colaboração internacional para o
combate ao narcotráfico.
O administrador do DEA afirmou que "a produção de maconha é um problema no Brasil",
mas diz não ter notícias sobre a
produção de cocaína no país.
Ele disse ter sido informado sobre "algumas operações de sucesso por parte do governo brasileiro
para combater o plantio de maconha no Nordeste do país".
América Latina
Marshall afirma que a Colômbia
representa "o desafio mais grave"
no combate ao narcotráfico "na
América Latina, se não no mundo
inteiro", mas diz que a produção
de coca pelo Peru e pela Bolívia
também preocupa o governo norte-americano.
Ele diz que os esforços do DEA
para combater o narcotráfico na
Colômbia tiveram bons resultados. "Junto com a polícia colombiana destruímos o Cartel de Medelin. O Cartel de Cali foi seriamente danificado. Mais recentemente, colaboramos na Operação
Milênio, na qual prendemos por
volta de 34 dos maiores narcotraficantes do mundo."
Questionado sobre se existe algum plano dos EUA para combater o plantio de drogas no Brasil,
Marshall disse que "certamente
há". Ele afirma que os governos
trabalharam "em parceria" nos
últimos 25 anos. "Estamos colaborando com o governo do Brasil.
O DEA tem representação no Brasil. O Departamento de Estado
administra recursos para atacar
narcotraficantes em colaboração
com as autoridades brasileiras."
Sem dar detalhes, ele diz que
existe um programa comum de
combate ao narcotráfico dos dois
governos. "Iremos continuar esses esforços. Iremos monitorar as
mudanças (na conduta dos narcotraficantes), trabalhar juntos
com o governo que for e calibrar
nossa atividade conforme essas
mudanças ocorram."
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