São Paulo, quinta-feira, 21 de setembro de 2000

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SÃO PAULO
Dois homens ficaram feridos durante caminhada de Marta Suplicy no Tucuruvi, quando militantes tentaram entrar em um bar; candidata nega que vá acabar com as peruas
Perueiros e petistas brigam na zona norte

FÁBIO ZANINI
DA REPORTAGEM LOCAL

Dois homens ficaram feridos e uma mulher desmaiou ontem à tarde em uma briga envolvendo militantes do PT e perueiros, durante uma caminhada da candidata a prefeita Marta Suplicy pelo bairro do Tucuruvi (zona norte).
Os três foram encaminhados a um pronto-socorro da região e passam bem. O incidente aconteceu em frente à estação Tucuruvi do metrô, quando cerca de dez militantes do PT tentaram entrar em um bar para distribuir material de propaganda de Marta.
Cinco homens que estavam dentro do bar, que se identificaram como perueiros, impediram a entrada do grupo aos gritos de "Fora PT". Seguiu-se um empurra-empurra e uma briga em que as armas eram mastros de bandeira e garrafas de cerveja.
Um dos homens que estavam no bar recebeu uma paulada no nariz. Tadeu Paes, um dos coordenadores da campanha de Marta no Tucuruvi, tentou apartar a briga e levou uma garrafada na nuca.
Uma militante do PT, chamada Izilda, entrou em pânico e desmaiou. A candidata, que estava em uma farmácia vizinha no momento da confusão, não presenciou o conflito e não se feriu.
Marta afirmou que a briga, apesar de lamentável, é porém normal: "Isso é normal em uma campanha. As pessoas que brigaram com nossa militância são bêbados. É a primeira vez que há uma agressão em um bar durante minha campanha, mas vou continuar entrando em bares", disse.
Alguns minutos depois do incidente, Marta foi hostilizada pelo motorista de uma lotação que passava pela rua. "Ela vai acabar com todas as lotações. Cuidado com ela", gritou o perueiro. Muitos perueiros paulistanos apóiam o prefeito Celso Pitta (PTN), adversário político do PT.
Marta, em seu programa, nega ter a intenção de eliminar as peruas, afirmando que vai regulamentar a atividade. Após o incidente, os organizadores da caminhada determinaram que apenas Marta e o deputado Aloizio Mercadante (PT-SP), que a acompanhava, poderiam entrar em lojas e bares para fazer campanha.
Foi o segundo incidente sério na atual campanha de Marta. O primeiro ocorreu no dia 18 de agosto, quando um grupo de homens atirou três ovos contra a candidata do PT quando ela fazia campanha em Guaianazes (zona leste). Marta não chegou a ser atingida. O ataque ocorreu logo após Marta atravessar um terminal usado por perueiros. Os agressores fugiram, mas logo após o ataque perueiros discutiram com militantes do PT.

Rodoanel
A candidata criticou a visita planejada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso a São Paulo no fim-de-semana, durante a qual ele fará vistoria de obras do Rodoanel. FHC é do mesmo partido que Geraldo Alckmin, que tem 11% na última pesquisa Datafolha, tecnicamente empatado com Paulo Maluf (14%), Luiza Erundina (12%) e Romeu Tuma (9%).
"Por que o Fernando Henrique não veio antes? Resta saber se a presença dele aqui dá ou tira votos de Alckmin", afirmou.
A petista voltou a afirmar que considera Luiza Erundina uma "irmã". Anteontem, Erundina disse que Marta nunca administrou nem sua casa. "Atribuo esse destempero ao calor da campanha. Continuo satisfeita de ter uma relação fraterna com ela".


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