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SÃO PAULO
Dois homens ficaram feridos durante caminhada de Marta Suplicy no Tucuruvi,
quando militantes tentaram entrar em um bar; candidata nega que vá acabar com as peruas
Perueiros e petistas brigam na zona norte
FÁBIO ZANINI
DA REPORTAGEM LOCAL
Dois homens ficaram feridos e
uma mulher desmaiou ontem à
tarde em uma briga envolvendo
militantes do PT e perueiros, durante uma caminhada da candidata a prefeita Marta Suplicy pelo
bairro do Tucuruvi (zona norte).
Os três foram encaminhados a
um pronto-socorro da região e
passam bem. O incidente aconteceu em frente à estação Tucuruvi
do metrô, quando cerca de dez
militantes do PT tentaram entrar
em um bar para distribuir material de propaganda de Marta.
Cinco homens que estavam
dentro do bar, que se identificaram como perueiros, impediram
a entrada do grupo aos gritos de
"Fora PT". Seguiu-se um empurra-empurra e uma briga em que
as armas eram mastros de bandeira e garrafas de cerveja.
Um dos homens que estavam
no bar recebeu uma paulada no
nariz. Tadeu Paes, um dos coordenadores da campanha de Marta
no Tucuruvi, tentou apartar a briga e levou uma garrafada na nuca.
Uma militante do PT, chamada
Izilda, entrou em pânico e desmaiou. A candidata, que estava
em uma farmácia vizinha no momento da confusão, não presenciou o conflito e não se feriu.
Marta afirmou que a briga, apesar de lamentável, é porém normal: "Isso é normal em uma campanha. As pessoas que brigaram
com nossa militância são bêbados. É a primeira vez que há uma
agressão em um bar durante minha campanha, mas vou continuar entrando em bares", disse.
Alguns minutos depois do incidente, Marta foi hostilizada pelo
motorista de uma lotação que
passava pela rua. "Ela vai acabar
com todas as lotações. Cuidado
com ela", gritou o perueiro. Muitos perueiros paulistanos apóiam
o prefeito Celso Pitta (PTN), adversário político do PT.
Marta, em seu programa, nega
ter a intenção de eliminar as peruas, afirmando que vai regulamentar a atividade. Após o incidente, os organizadores da caminhada determinaram que apenas
Marta e o deputado Aloizio Mercadante (PT-SP), que a acompanhava, poderiam entrar em lojas e
bares para fazer campanha.
Foi o segundo incidente sério na
atual campanha de Marta. O primeiro ocorreu no dia 18 de agosto, quando um grupo de homens
atirou três ovos contra a candidata do PT quando ela fazia campanha em Guaianazes (zona leste).
Marta não chegou a ser atingida.
O ataque ocorreu logo após Marta
atravessar um terminal usado por
perueiros. Os agressores fugiram,
mas logo após o ataque perueiros
discutiram com militantes do PT.
Rodoanel
A candidata criticou a visita planejada pelo presidente Fernando
Henrique Cardoso a São Paulo no
fim-de-semana, durante a qual ele
fará vistoria de obras do Rodoanel. FHC é do mesmo partido que
Geraldo Alckmin, que tem 11% na
última pesquisa Datafolha, tecnicamente empatado com Paulo
Maluf (14%), Luiza Erundina
(12%) e Romeu Tuma (9%).
"Por que o Fernando Henrique
não veio antes? Resta saber se a
presença dele aqui dá ou tira votos de Alckmin", afirmou.
A petista voltou a afirmar que
considera Luiza Erundina uma
"irmã". Anteontem, Erundina
disse que Marta nunca administrou nem sua casa. "Atribuo esse
destempero ao calor da campanha. Continuo satisfeita de ter
uma relação fraterna com ela".
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