São Paulo, quinta-feira, 21 de setembro de 2006

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Marcos Valério pagou empresa de Freud Godoy

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

Prestadora de serviço da última campanha de Luiz Inácio Lula da Silva, a empresa de segurança do ex-assessor especial da Presidência Freud Godoy recebeu R$ 98,5 mil, em 2003, de uma das agências de Marcos Valério de Souza, acusado de ser o operador do mensalão.
A Caso Comércio e Serviço recebeu o dinheiro da SMP&B Comunicação. A transação, presente na contabilidade de Marcos Valério, consta da base de dados da CPI dos Correios. A operação foi feita em 21 de janeiro de 2003 no Banco Rural.
Godoy foi exonerado do cargo, a pedido, na última segunda-feira, depois de seu nome ser envolvido na operação de compra do dossiê contra tucanos.
Em depoimento à CPI dos Correios, o publicitário Duda Mendonça admitiu ter recebido do PT, por meio de Marcos Valério, dinheiro de caixa dois referente às campanhas de 2002, mas isentou a campanha presidencial.
O relator da CPI dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), disse que encaminhará os documentos para o Ministério Público. "A transação efetivamente ocorreu, mas na época não nos chamou atenção porque não conhecíamos essa empresa [Caso].
No papel, a Caso Comércio de Serviços atuava no "comércio atacadista de produtos químicos" e tinha capital social de R$ 10 mil. Recebeu, em gastos declarados ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), R$ 101,5 mil do comitê eleitoral presidencial. Trabalhou ainda para a campanha de José Dirceu (PT) a deputado federal, por só declarados R$ 4.400.
A base de dados da CPI também mostra que outra empresa de Godoy recebeu R$ 22,8 mil, em 2004, de duas empresas de Duda Mendonça: a CEP Comunicação e a Duda Mendonça & Associados. A beneficiada foi a Caso Sistemas de Segurança, que está em nome da mulher de Godoy, Simone, e do irmão dela, Kléber Michel Messeguer Pereira.
Em nota, Marcos Valério alegou que já prestou todas as informações sobre o mensalão a vários órgãos e que entregou também "milhares de documentos" a essas instituições. Marcelo Leonardo, advogado do empresário, disse que a manifestação sua ou do seu cliente ficaria "no limite da nota", que não confirma nem nega o depósito.
A nota diz ainda que Valério pediu, em 15 de agosto passado, a "rejeição da denúncia oferecida" ao STF pela Procuradoria Geral da República. "A acusação foi baseada em provas obtidas por meios ilícitos e não individualiza", afirma.


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