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Ataques pessoais devem ficar fora da televisão
PATRICIA ZORZAN
DA REPORTAGEM LOCAL
Ao contrário do que vinham sinalizando desde o início do horário eleitoral gratuito, os estrategistas do candidato do PPB à Prefeitura de São Paulo, Paulo Maluf,
decidiram manter os ataques pessoais do ex-prefeito a sua adversária Marta Suplicy (PT) fora da TV.
Segundo pessoas ligadas ao pepebista ouvidas pela Folha, todas
as insinuações sobre a vida particular e sobre o trabalho da petista
como sexóloga deverão continuar
preferencialmente restritas às entrevistas que Maluf concede diariamente à imprensa.
Na avaliação da equipe que assessora o ex-prefeito, as informações repassadas pelo candidato
poderiam perder credibilidade se
veiculadas durante o horário eleitoral, sob o argumento de que se
tratariam de ""invenções" típicas
de campanha.
Divulgadas pela imprensa, as
afirmações, sempre indiretas e
carregadas de duplo sentido, ganhariam mais força e ao mesmo
tempo conseguiriam desestabilizar a candidata petista longe dos
olhos da maioria do eleitorado.
As discussões sobre o assunto
têm sido uma exigência de Maluf,
embora grande parte dos partidários históricos do ex-prefeito defenda claramente essa posição.
Segundo a Folha apurou, o pepebista argumenta que não pode
ouvir calado declarações sobre
sua honestidade enquanto sua adversária não é ""nenhuma santa".
Eufóricos com pesquisa Datafolha que revelou uma queda de nova pontos percentuais entre Marta e Maluf, os estrategistas do PPB
avaliam ter conseguido o que chamam de um ""milagre" no segundo turno: tiraram o ex-prefeito de
uma posição defensiva, levando-o
para o ataque.
Depois da vitória apertada no
primeiro turno, alguns avaliavam
ser praticamente impossível dar à
campanha um tom que favorecesse Maluf.
À frente nas pesquisas desde o
início da eleição, Marta, dizem assessores do ex-prefeito, tem uma
imagem muito melhor que a de
seu próprio candidato, já que
contra ela não pesam denúncias
de corrupção e o consequente
desgaste que elas provocam.
A partir daí restava tentar transformar os pontos fracos de Maluf
em vantagens eleitorais e atacar a
petista quanto à sua falta de experiência e à sua ligação com o PT.
O primeiro passo para isso foi
aproveitar o fato da ida do ex-prefeito para o segundo turno ter sido definida com a abertura de urnas localizadas na periferia para
""jogá-lo no colo dos pobres".
O segundo, transformar o isolamento político -que as pesquisas internas do partido davam como um problema para o candidato- em mais uma prova de que
Maluf seria o candidato do povo.
A estratégia vem sendo considerada um sucesso não só pelos malufistas. Procurados pela Folha,
marqueteiros afirmam que, se a
petista não aproveitar os pontos
fracos de Maluf para ligá-lo, por
exemplo, a denúncias de corrupção e a seu ex-afilhado Celso Pitta
(PTN), poderá cair ainda mais.
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