São Paulo, quarta-feira, 21 de outubro de 2009

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Assembleia rejeita ação de impeachment contra Yeda Crusius

Por 30 votos a 17, plenário gaúcho confirma a decisão de comissão de arquivar processo contra governadora tucana

Segundo relatora, não há provas que liguem Yeda a desvio do Detran; oposição tentou impedir votação com um mandado de segurança

Paulo Nunes/Correio do Povo
Manifestantes pró-Yeda em votação de pedido de impeachment

GRACILIANO ROCHA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul aprovou ontem, por 30 votos contra 17, o arquivamento do processo de impeachment contra a governadora Yeda Crusius (PSDB).
Movido por sindicalistas que se opõem ao governo da tucana, o processo já havia sido rejeitado no início deste mês em comissão criada pela Assembleia.
Elaborado pela também tucana Zilá Breitenbach, o relatório isentou a governadora e pediu o arquivamento da ação alegando falta de provas que ligassem Yeda ao desvio de R$ 44 milhões do Detran-RS (Departamento Estadual de Trânsito).
A parte essencial do pedido de impeachment foi a existência de indícios, reunidos pelo Ministério Público Federal, de que Yeda sabia de um esquema para desviar dinheiro do Detran e teria recebido propina para deixar a fraude continuar ao longo de seu governo.
A tucana nega irregularidades e se diz vítima de uma campanha baseada em calúnias da oposição para desgastá-la.
Na sessão de ontem, que durou mais de seis horas, somente deputados oposicionistas usaram a tribuna. Segundo a oposição, as investigações sobre Yeda continuarão na CPI em curso na própria Assembleia -que apura as irregularidades no Detran-RS e o suposto superfaturamento em obras públicas.
O arquivamento da ação de impeachment, sem a análise do mérito das acusações, ocorreu na semana seguinte à decisão do TRF (Tribunal Regional Federal) da 4ª Região que excluiu Yeda de ação de improbidade administrativa movida em agosto pelo Ministério Público Federal. A Procuradoria recorrerá da decisão.
Em desvantagem numérica, a oposição tentou impedir a votação de ontem com a apresentação de um mandado de segurança alegando irregularidades na votação na comissão especial, mas o Tribunal de Justiça rejeitou o pedido.
Manifestantes a favor e contra o impeachment ocuparam as galerias da Assembleia. Houve tumulto entre eles e seguranças da Casa após a detenção de um estudante que atirou um tomate no plenário.
Encerrada a votação, partidários de Yeda foram para a frente do Palácio Piratini (sede do governo), onde comemoraram a vitória cantando o hino do Rio Grande do Sul.
A Folha não conseguiu falar com Yeda após a sessão.


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