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REFORMA MINISTERIAL
Presidente disse que pretende "cortar na própria carne"
Lula promete nova pasta a PMDB
FERNANDA KRAKOVICS
RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em jantar com a bancada de senadores do PMDB, o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva deixou
claro que vai dar um terceiro ministério à legenda, sinalizando
ainda que vai mexer no núcleo
palaciano na reforma iniciada na
semana passada com a demissão
de Carlos Lessa do BNDES. "Dois
ministérios para o PMDB é pouco", disse, segundo o relato de vários peemedebistas.
Por cerca de quatro horas e
meia, Lula fez elogios à legenda,
que possui a maior bancada do
Senado e a segunda maior na Câmara e que ameaça abandonar a
aliança governista.
Segundo os presentes ao encontro, realizado na noite de anteontem e madrugada de ontem na casa do ministro Amir Lando (Previdência), Lula disse que não vai
deixar que "uma minoria estrague uma coalizão" e que pretende
"cortar na própria carne".
A referência é direcionada aos
setores do PT contrários ao aumento de espaço no governo para
partidos como o PMDB e o PP. O
presidente teria reconhecido que
o relacionamento com o PT é
"muito difícil".
Embora não tenha falado em
postos, o PMDB faz pressão para
que o terceiro ministério da legenda seja Integração Nacional
(de Ciro Gomes, do PPS) ou Cidades (de Olívio Dutra, do PT).
O primeiro resultado do encontro é que já há uma articulação para abafar a possibilidade de que a
convenção nacional da legenda,
marcada para o dia 12, resulte no
desembarque peemedebista do
governo. "Foi um sucesso absoluto. Acho que os problemas agora
são pontuais", afirmou o senador
João Batista Mota (ES). O senador
Gilberto Mestrinho (AM) e o líder
da bancada no Senado, Renan Calheiros (AL), articulam a divulgação de um documento contrário à
saída do governo.
Reeleição sepultada
Os peemedebistas afirmam ter
ouvido do presidente Luiz Inácio
Lula da Silva a confirmação de
que a emenda que permitiria a
reeleição das presidências da Câmara e do Senado está sepultada.
"A reeleição é um assunto encerrado, vamos agora para um
novo capítulo", disse o presidente
durante o jantar, segundo o relato
de presentes. Ele também teria reconhecido o direito de o partido
indicar o próximo presidente do
Senado, por ser a maior bancada.
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