São Paulo, quarta-feira, 21 de dezembro de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

SUCESSÃO EM SP

Petista prega união

PT deve parar de "ajoelhar no milho", afirma Marta

DA REDAÇÃO

A pré-candidata do PT ao governo de São Paulo, Marta Suplicy, disse, em entrevista ao UOL News, que seu partido deve "parar de ajoelhar no milho" e pregou que as divergências fiquem apenas no plano interno.
A ex-prefeita de São Paulo (derrotada pelo tucano José Serra quando disputava a reeleição em 2004) afirmou que não há cabimento nas críticas feitas por representantes do próprio partido. Em sua opinião, os petistas estão na defensiva, em conseqüência de uma pressão "de parte da imprensa que não quer ver o partido no poder". "Vejo uma parte da imprensa, vejo o tempo todo todo mundo batendo direto no PT. Agora não vemos a mesma coisa ocorrendo com o PSDB. Tem escândalo sem parar do PSDB, mas passa batido. Do PT não pode passar batido; tem que ficar, tem que sangrar. Não estou defendendo o que foi feito, não tem como defender o que foi feito", disse.
"O PT tem que parar de ajoelhar no milho e começar a mostrar o que o governo federal fez. Não temos de ficar aqui explicando o PT. Mais do que a oposição já bateu e vai bater, não preciso eu ficar aqui falando do PT. Quero falar que o governo Lula criou milhares de empregos, quero falar do Bolsa Família -porque eu em São Paulo fiz o Renda Mínima, que é o Bolsa Família, e pude ver o impacto que teve", completou.
Marta disse não ter ficado surpresa com a pesquisa Datafolha publicada na semana passada, indicando o peemedebista Orestes Quércia como favorito para se eleger governador no ano que vem. "De um lado, [a pesquisa] mostra uma certa decepção com o PT e com o PSDB. De outro, Quércia trabalhou forte pela implantação do PMDB no interior e teve uma campanha intensa na TV por duas ou três semanas. Achei que surpreendeu, mas consegui ver aí uma explicação."
Nas simulações realizadas pelo Datafolha, Marta Suplicy aparece em segundo lugar nas pesquisas, com percentuais entre 21% e 22% das intenções de voto. Ela disputa a indicação do seu partido para concorrer ao governo. O senador Aloizio Mercadante também deseja ser o candidato do partido.
A pré-candidata disse que ainda não tem nenhuma estratégia definida para a campanha. Segundo ela, as propostas de governo serão definitivas para eleger o novo governador do Estado. "Quando as pessoas forem votar estarão muito ressabiadas com partidos, não só com o PT, mas também com o PSDB. Estarão com o pé atrás. E na minha modesta opinião, vão dizer: "o que tal candidato está propondo?" Aí vão avaliar e, se as propostas forem interessantes e, se a pessoa for crível, tiver credibilidade, vão tentar."
A ex-prefeita defendeu o presidente Lula. Disse acreditar que ele não sabia das atitudes de Delúbio Soares, ex-tesoureiro petista, amigo do presidente e que declarou ter operado um esquema de caixa dois no PT. "Acho que ele não tinha a mais vaga idéia do que Delúbio fazia", afirmou.


Texto Anterior: Janio de Freitas: Reuniões a bordo
Próximo Texto: Mercadante faz cirurgia para retirar mancha
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.