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Em carta, PT propõe ao PMDB pacto de alternância na presidência da Câmara
DA REDAÇÃO
O presidente interino do PT,
Marco Aurélio Garcia, propôs
oficialmente ao PMDB um
acordo para a eleição à presidência da Câmara. Em carta
enviada na terça-feira ao presidente da sigla, Michel Temer
(SP), Garcia pede apoio ao PT e
sugere que os dois partidos "fatiem" o poder na Casa pelos
próximos quatro anos.
"Propomos dividir a atual legislatura de maneira que PT e
PMDB presidam a Câmara Federal. Nos dois primeiros anos
seria o PT, e nos dois anos seguintes seria o PMDB", diz o
petista. O PT escolheu o deputado Arlindo Chinaglia (SP)
candidato.
Apesar de Garcia não citar o
nome de Chinaglia, o pré-candidato assina a carta ao lado do
presidente do PT. O recado não
poderia ser mais explícito.
O PMDB havia prometido
lançar uma candidatura própria. Já adiou o anúncio por
duas vezes e faz mistério sobre
qual posição adotará. O lançamento de Chinaglia provocou
constrangimentos na base aliada. Além da preferência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela reeleição de Aldo Rebelo (PC do B-SP) já ter sido manifestada em conversas reservadas, partidos da base, como o
PSB, optaram pelo comunista.
O pretexto da carta é parabenizar o PT por seus 40 anos,
completados no último dia 12.
Garcia conclama a união entre
PT e PMDB para o segundo
mandato de Lula. Disse que os
partidos que formam a coalizão
precisam eleger um presidente
da Câmara "visando ao fortalecimento da Casa" e até mesmo
para que "o governo eleito possa aplicar seu programa".
O presidente do PT faz uma
pressão velada. Lembra que o
PMDB precisará de apoios para
reeleger Renan Calheiros (AL)
à presidência do Senado.
"Analisamos com integrantes da bancada do PMDB o quadro político tanto da Câmara
quanto do Senado e as possibilidades que se abrem. Cada partido, ao buscar seus legítimos
espaços, sempre vai necessitar
de aliados. (...) No Senado, a
eleição do senador Renan Calheiros conta com o apoio da
maioria dose senadores, inclusive do PT", diz trecho da carta.
Garcia cita ainda a época em
que Temer foi, por duas vezes,
presidente da Câmara (1997-1998 e 1999-2000), e acordou a
alternância no comando da Casa com o PFL.
"O PMDB havia cedido a sua
preferência [por ser o partido
com maior bancada] para que o
deputado Luís Eduardo Magalhães [morto em 1998] se tornasse presidente da Câmara".
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