São Paulo, quinta-feira, 21 de dezembro de 2006

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Em carta, PT propõe ao PMDB pacto de alternância na presidência da Câmara

DA REDAÇÃO

O presidente interino do PT, Marco Aurélio Garcia, propôs oficialmente ao PMDB um acordo para a eleição à presidência da Câmara. Em carta enviada na terça-feira ao presidente da sigla, Michel Temer (SP), Garcia pede apoio ao PT e sugere que os dois partidos "fatiem" o poder na Casa pelos próximos quatro anos.
"Propomos dividir a atual legislatura de maneira que PT e PMDB presidam a Câmara Federal. Nos dois primeiros anos seria o PT, e nos dois anos seguintes seria o PMDB", diz o petista. O PT escolheu o deputado Arlindo Chinaglia (SP) candidato.
Apesar de Garcia não citar o nome de Chinaglia, o pré-candidato assina a carta ao lado do presidente do PT. O recado não poderia ser mais explícito.
O PMDB havia prometido lançar uma candidatura própria. Já adiou o anúncio por duas vezes e faz mistério sobre qual posição adotará. O lançamento de Chinaglia provocou constrangimentos na base aliada. Além da preferência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela reeleição de Aldo Rebelo (PC do B-SP) já ter sido manifestada em conversas reservadas, partidos da base, como o PSB, optaram pelo comunista.
O pretexto da carta é parabenizar o PT por seus 40 anos, completados no último dia 12. Garcia conclama a união entre PT e PMDB para o segundo mandato de Lula. Disse que os partidos que formam a coalizão precisam eleger um presidente da Câmara "visando ao fortalecimento da Casa" e até mesmo para que "o governo eleito possa aplicar seu programa".
O presidente do PT faz uma pressão velada. Lembra que o PMDB precisará de apoios para reeleger Renan Calheiros (AL) à presidência do Senado.
"Analisamos com integrantes da bancada do PMDB o quadro político tanto da Câmara quanto do Senado e as possibilidades que se abrem. Cada partido, ao buscar seus legítimos espaços, sempre vai necessitar de aliados. (...) No Senado, a eleição do senador Renan Calheiros conta com o apoio da maioria dose senadores, inclusive do PT", diz trecho da carta.
Garcia cita ainda a época em que Temer foi, por duas vezes, presidente da Câmara (1997-1998 e 1999-2000), e acordou a alternância no comando da Casa com o PFL.
"O PMDB havia cedido a sua preferência [por ser o partido com maior bancada] para que o deputado Luís Eduardo Magalhães [morto em 1998] se tornasse presidente da Câmara".


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