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Projeto prevê salário de R$ 22 mil para Serra
Medida, que será votada na Assembléia na próxima semana, também aumentaria salários de secretários e de Lembo
Governador eleito seria contra aumento no próprio salário, mas favorável ao reajuste para os secretários, segundo a Folha apurou
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL
Está sob análise da Mesa da
Assembléia Legislativa de São
Paulo o aumento do salário dos
novos secretários de Estado e a
extensão do benefício ao governador Cláudio Lembo (PFL) e a
seu sucessor a partir de 1º de janeiro, José Serra (PSDB).
Foram anexadas três emendas ao projeto que aumenta o
salário dos secretários. A mais
"ambiciosa" delas, se aprovada,
ampliará o salário de Serra dos
R$ 12,7 mil para até R$ 22,1 mil.
Já o projeto da Mesa Diretora
da Assembléia propõe aumentar de R$ 6,2 mil para R$ 11,9
mil os vencimentos dos secretários a partir de 1º de janeiro.
A proposta da Mesa deverá
ser apreciada na próxima semana no Colégio de Líderes de
Casa. "Pela importância da função de um secretário de Estado,
nós entendemos que o salário
dele deve ser aumentado", disse o deputado Geraldo Vinholi
(PDT), segundo-secretário da
Assembléia paulista.
A elevação nos vencimentos
do secretários tem o apoio do
governador eleito e teria sido
solicitada por ele à Mesa, que
conta ainda com Rodrigo Garcia (PFL), presidente, e Fausto
Figueira (PT), primeiro-secretário. Ambos subscrevem o texto. O primeiro escalão paulista,
segundo a Mesa, está sem reajuste salarial desde 1995.
Já as emendas que propõem
aumentos para o governador
foram apresentadas por parlamentares da base do Palácio
dos Bandeirantes, mas não teriam a aprovação direta de Serra, segundo a Folha apurou.
Uma das emendas, a do deputado estadual Rogério Nogueira (PDT), é a que eleva o
salário que Serra para R$ 22,1
mil. A medida, se aprovada,
também terá caráter retroativo, aumentando para R$ 17,2
mil os vencimentos de Lembo
desde abril último.
A outra emenda, de Afonso
Lobato (PV), aumenta para
R$ 18,5 mil o salário de Serra e
para R$ 17,2 mil o de Lembo,
também com data retroativa a
1º de setembro deste ano. Rafael Silva (PL), autor da terceira emenda, propõe reajustar
para R$ 18,3 mil os vencimentos do governador tucano, mas
sem efeitos retroativos.
As três emendas também devem ser apreciadas pela Casa
na próxima semana. De acordo
com o líder do governo, Edson
Aparecido, deputado federal
eleito, elas não contam com o
apoio do Palácio dos Bandeirantes nem de Serra.
Vinholi diz que a emenda de
seu colega de partido, Nogueira, tem como intenção beneficiar o funcionalismo, já que o
teto da categoria é definido pelo salário do governador. Isso,
segundo ele, não significaria
necessariamente que Serra iria
aceitar a remuneração.
"Mas todas essas questões
serão analisadas no momento
certo pelo conjunto da Casa",
disse.
Em 2005, de olho na disputa
pela Presidência, Geraldo Alckmin recusou um aumento em
seu salário de quase R$ 2.000
aprovado pela Assembléia Legislativa. Mas o teto acabou fixado em R$ 14,8 mil. Serra, se
aprovadas as emendas, teria
que repetir o gesto.
Se aprovado o projeto da Mesa, os secretários passarão a ganhar o mesmo que os deputados estaduais (R$ 11,9 mil).
Qualidade
Edson Aparecido diz que a
elevação dos vencimentos dos
secretários é um desejo do governo paulista para garantir a
qualidade dos serviços prestados pelo primeiro escalão. "O
valor atual está muito abaixo do
que paga o mercado."
O governador eleito José Serra também encaminhou ao Legislativo um projeto propondo
a reestruturação do Estado,
criando, inclusive, novas secretarias. A oposição é contra a
ampliação da administração.
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