São Paulo, quinta-feira, 21 de dezembro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Procuradoria pede a cassação de Cassol

Ministério Público acusa governador de Rondônia de ter se beneficiado da compra de votos; Cassol nega irregularidade

Procuradoria afirma que mais que 950 funcionários participaram de esquema; senador eleito Expedito Júnior também é acusado


JOÃO CARLOS MAGALHÃES
DA AGÊNCIA FOLHA

A Procuradoria Regional Eleitoral de Rondônia protocolou anteontem recursos contra os diplomas eleitorais do governador reeleito, Ivo Cassol (MD), e do senador eleito neste ano, Expedito Júnior (MD).
Eles são acusados de se beneficiar de um suposto esquema que teria comprado votos de funcionários da empresa de segurança do irmão de Expedito, Irineu Gonçalves. Outra suspeita, Val Ferreira (MD), mulher do senador e suplente de deputada federal, também teve sua diplomação questionada.
As denúncias contra Cassol, Expedito e Val Ferreira (objeto também de inquérito) afirmam que pouco mais que 950 funcionários da Rocha Segurança e Vigilância foram envolvidos no esquema. Ao menos cinco deles disseram à PF ter recebido R$ 100 para votar nos três, além do derrotado para a Assembléia Legislativa José Antônio Gonçalves (PSDC). A Folha ligou, na semana passada, para quatro dos seguranças da empresa, que confirmaram o recebimento do dinheiro. Um deles disse que recebeu para trabalhar na campanha de Expedito.
De acordo com as investigações, os pagamentos foram feitos através da conta eleitoral do candidato derrotado à deputado estadual Carlos dos Reis Batista (Prona). Com apenas 40 votos, sua campanha movimentou cerca de R$ 165 mil.

Outro lado
O advogado de Cassol, França Guedes, afirmou que ainda não foi notificado sobre o recurso, mas que o governador apresentará sua defesa em poucos dias. À Folha Cassol disse que a denúncia foi feita por inimigos políticos e que não havia motivo para a ilegalidade, uma vez que ele sempre esteve à frente nas pesquisas.
Em relação à Batista, o governador afirmou que não o conhece e que não é responsável pela sua movimentação financeira durante a campanha. "Cada um cuida do seu CPF", disse. Os outros acusados já negaram envolvimento no esquema.


Texto Anterior: Goiás: Procuradoria vê contas irregulares de governador
Próximo Texto: Justiça acata denúncia contra Valério e Genoino
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.