São Paulo, segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

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Análise

Resultado "carimba" passaporte de Alckmin

VERA MAGALHÃES
EDITORA DE BRASIL

A última pesquisa Datafolha de 2009 praticamente carimba o passaporte de Geraldo Alckmin como candidato do PSDB ao Palácio dos Bandeirantes. A única equação, hoje, em que Alckmin ficaria fora da cédula seria aquela em que José Serra decidisse disputar a reeleição, hipótese considerada remota tanto por aliados quanto por adversários do governador.
O patamar a partir de 50% alcançado pelo atual secretário de Desenvolvimento torna praticamente inócua a postulação de tucanos como Aloysio Nunes Ferreira, que nunca passou de um dígito nas pesquisas.
Afinal, com a saída de cena de Aécio Neves, Serra tornou-se o único pré-candidato à Presidência pelo PSDB. Líder isolado na pesquisa nacional, o tucano precisa sair "de casa" com uma ampla vantagem sobre Dilma Rousseff", que compense a expectativa, confirmada pelo último Datafolha, de que a petista o supere no Nordeste.
O "número mágico" que os tucanos costumam citar para essa margem é de 4 milhões de votos. Para cumprir a meta, Serra precisará de um candidato altamente competitivo, algo que só Alckmin, a despeito da histórica rixa com o grupo serrista, mostrou ser até aqui.
Já no campo lulo-petista, o grau de incerteza é bem maior. Transplantado do Ceará para São Paulo numa operação que começou como um balão de ensaio e ganhou o engajamento de Lula, Ciro Gomes (PSB) não "vingou" como opção ao PSDB.
Se já era difícil fazer o PT paulista engolir a ideia de ficar fora da chapa estadual por certo cálculo pró-Dilma (não há certeza nem mesmo de que a saída de Ciro da cédula nacional favoreça a ministra), fica quase impossível essa engenharia uma vez que a performance dele é igual ou inferior à da ex-prefeita Marta Suplicy.
Junte-se a essa resistência o fato de que o próprio Ciro não engole a ideia de disputar o governo de São Paulo e tem-se uma operação que tende a ser abortada no nascedouro.

Recall
Os nomes que encabeçam os principais cenários da pesquisa Datafolha em São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro são, não por acaso, figuras amplamente conhecidas do eleitorado: um ex-governador, um ministro de Estado e o atual governador.
Quase um ano antes do pleito, o interesse do eleitor se concentra, quando muito, na movimentação em torno da sucessão presidencial. Assim sendo, lidera quem tem mais recall.
O caso mais emblemático desse distanciamento é Minas. Nada menos que 73% não sabem citar espontaneamente um candidato a governador.
Com tudo em aberto, a vantagem do ministro Hélio Costa (PMDB) tanto pode se confirmar quanto dar lugar ao crescimento de um dos candidatos do PT ou do vice-governador Antonio Anastasia, que terá o apoio de Aécio Neves.
Candidato a "poste" da vez, Anastasia parte de um patamar superior, por exemplo, ao que o prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda (PSB), tinha no início da corrida de 2008.
No Rio, o destaque é a falta de palanque de oposição a Lula-Dilma. Os candidatos testados no Datafolha, Fernando Gabeira (PV) e Cesar Maia (DEM), querem tentar o Senado.


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