São Paulo, quinta-feira, 22 de janeiro de 2004

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NO AR

Deixa a vida levar

NELSON DE SÁ
EDITOR DE ILUSTRADA

No dizer da Globo:
- Só se fala em reforma ministerial no palácio.
Não só lá. Em meio ao ruído sem fim dos 450 anos de São Paulo, é a reforma que move os telejornais.
Até Zeca Pagodinho deu seu "conselho aos que saem", ele que animou a roda de samba do primeiro escalão, anteontem na Granja do Torto.
Na "despedida" do primeiro ministério Lula, o conselho do pagodeiro foi dado com verso de sua música:
- Deixa a vida me levar.
A vida levou Roberto Amaral e também, ao que parece, José Graziano, ambos recebidos pelo presidente.
E enfim levou Miro Teixeira, que chamou os microfones e saiu avisando que só aguarda o "substituto".
A corrente contrária carregou o mineiro Patrus Ananias para o ministério, ele que abriu o jogo para a Record:
- Eu me sinto com condições de contribuir.
De saída, Miro Teixeira não reclamou da provável demissão geral dos ministros do Rio. Disse que o investimento no Estado se mantém, citando o presidente carioca do BNDES.
Dinheiro, mais do que o cargo, é o que importa -que o diga Roberto Requião, para quem já teriam prometido o controle da Eletrobrás.
Que o diga Renan Calheiros, também peemedebista, que saiu espalhando que vai decidir tudo com Lula amanhã, horas antes da viagem à Índia.
Em meio a tantas conversas, a novidade é que o PMDB pode acabar levando seu cobiçado Ministério dos Transportes -era o que faltava.
No verso do samba, que serve para o PT:
- Deixa a vida levar.
 
O PT não vai apresentar mais, na convocação extraordinária, a proposta de diminuir o recesso parlamentar -os três meses de férias.
Quanto ao desgaste com a convocação, o líder pefelista José Carlos Aleluia culpou Lula, na Jovem Pan:
- Não há o que fazer aqui.
Na CBN, o líder tucano foi na mesma linha. Até o presidente da Câmara, o petista João Paulo Cunha, atacou:
- Não fomos os responsáveis pela convocação.
Pode ser culpa do Executivo. Mas é o Legislativo que apanha na Globo:
- Pelo terceiro dia não houve sessão de manhã. O trabalho é lento. Independentemente disso, os primeiros R$ 12,8 mil serão pagos nesta semana.
Os parlamentares questionam Lula e a convocação, mas nada de devolver o dinheiro.


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