São Paulo, domingo, 22 de janeiro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Bancada do PSDB prefere Alckmin a Serra contra Lula

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A vantagem que o prefeito José Serra detém sobre o governador Geraldo Alckmin nas pesquisas eleitorais não se reflete entre deputados e senadores do PSDB. A maioria dos tucanos prefere o governador de São Paulo, de acordo com enquete feita pela Folha com os parlamentares do partido.
Na Câmara, 21 deputados ouvidos optaram por Alckmin e 17, por Serra. Cinco votaram nos dois presidenciáveis, quatro não foram encontrados e um votou em branco. Cinco deputados se negaram a participar.
No Senado, uma ordem do presidente do PSDB, Tasso Jereissati, prejudicou a votação. O senador cearense determinou que os colegas não participassem da enquete, para não acirrar o clima de animosidade entre os dois concorrentes.
A maioria acatou. Dos 15 senadores, apenas seis declaram voto: três preferiram Serra, dois escolheram Alckmin e um preferiu Aécio Neves, governador de Minas. Sete senadores disseram preferir qualquer um dos dois. Outros não quiseram participar da enquete.
Na Câmara, a enquete foi realizada com voto secreto depositado num envelope. Por isso, não é possível determinar a preferência de cada parlamentar. Uma minoria aceitou revelar o voto.
"Prefiro Serra porque ele já foi candidato, é mais conhecido e existe um sentimento muito forte na sociedade de que se fez uma injustiça em 2002 [quando Serra perdeu para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva]", disse Antônio Joaquim (MA).
Na trincheira de Alckmin, o argumento usado foi o princípio norteador da pré-campanha do governador paulista, o de que é candidato natural. "O governador está solto. Com Serra, há o probleminha de ele deixar quase todo o governo para outro partido [o PFL]", declarou Lobbe Neto (SP).
Em comum nos dois campos houve a preocupação com a possibilidade de a disputa interna sair de controle. "É claro que tememos pela unidade do partido, embora os dois sejam políticos experientes e maduros, que sabem o que significaria um racha", afirmou Julio Semeghini (SP). Para Custódio Mattos (MG), a disputa não pode subir de tom: "A temperatura não deve subir nem mais um grau".


Texto Anterior: Eleições 2006/Dança das cadeiras: Vice de Serra já se prepara para assumir
Próximo Texto: Ombudsman
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.