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Candidatos à Câmara apóiam voto aberto
Apesar da defesa feita por Aldo, Chinaglia e Fruet, não há amparo legal para que fim do segredo seja aplicado na eleição deste ano
Câmara aprovou em 2006 fim do voto secreto, mas, como se trata de emenda constitucional, texto ainda precisa ser aceito no Senado
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os três candidatos à presidência da Câmara dos Deputados são favoráveis ao voto aberto para a eleição dos membros
da Mesa Diretora da Casa. No
entanto, não há amparo legal
para que isso aconteça já no
próximo dia 1º.
A Câmara aprovou, no ano
passado, o fim do voto secreto,
mas, como se trata de emenda
constitucional, precisa ser votado em dois turnos e, depois,
encaminhado ao Senado para
mais duas votações. Como o
Congresso está em recesso, não
há como isso ser apreciado antes da eleição da Mesa -quando os trabalhos são reabertos.
De acordo com Mozart Viana, secretário-geral da Mesa,
um eventual acordo entre os
três candidatos e as lideranças
não viabilizaria a eleição com
voto aberto por se tratar de matéria constitucional.
O atual presidente e candidato à reeleição, Aldo Rebelo (PC
do B-SP), disse ser favorável a
um acordo para o voto aberto,
caso fosse possível. "Eu farei o
que estiver ao meu alcance. O
que puder ser feito para se
aprovar [um acordo para o dia
1º], eu serei favorável."
O candidato a presidente pelo PT, Arlindo Chinaglia (SP),
tem a mesma posição e defende
que a votação aberta daria mais
transparência. "Com o voto
aberto, cada eleitor terá acesso
às decisões dos deputados."
Apoiado pelo "Grupo dos
30", o deputado Gustavo Fruet
(PSDB-PR) também defende o
fim do voto secreto. "Vamos caminhar para isso. O voto tem de
ser um compromisso partidário." O deputado disse que não
acredita, porém, ser possível
juridicamente fazer a mudança
valer para a eleição do dia 1º.
Fruet acha que a votação
aberta em todos os casos tem
que ser discutida. Para ele, a votação secreta impede pressões
do governo em casos como a
votação de vetos presidenciais.
Voto secreto
O projeto em tramitação na
Câmara prevê a abertura do voto para todo tipo de votação e
surgiu durante a discussão sobre as absolvições dos acusados
de participar do mensalão.
Ainda assim, deverá sofrer
mudanças. "Tem gente que é
contra o voto aberto para eleição da Mesa e a escolha de ministros do TCU. As pessoas não
querem se expor", disse Ivan
Valente (PSOL-SP), que coordenou no ano passado a "Frente Parlamentar pelo Voto Aberto", com 215 deputados.
Além da eleição da Mesa, o
voto é secreto nas cassações e
nas aprovações dos ministros
dos tribunais superiores e do
TCU (Tribunal de Contas da
União), de dirigentes do Banco
Central, de embaixadores e do
procurador-geral da República.
Ex-relator da CPI dos Correios, o deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR) criticou a absolvição dos acusados no mensalão. "A votação aberta é importante em tudo, inclusive para a escolha do presidente da
Câmara. O voto aberto evita os
conhecidos acordos que muitas
vezes nos surpreendem", disse.
Para o líder do PSDB, Jutahy
Júnior (BA), a eleição da Câmara está cada vez mais ligada à
representação pública e, por isso, o voto deveria ser aberto.
Já o líder do PFL na Câmara,
Rodrigo Maia (RJ), é contra a
votação aberta em todos os casos. "Se houver voto aberto para eleição da Mesa, não haverá
disputa, pois é difícil um deputado votar em candidato que
não seja do maior partido."
O líder da minoria, José Carlos Aleluia (PFL-BA), é contra o
voto aberto para a eleição da
Mesa e nas indicações. "O voto
secreto jamais permitiria que a
minoria tivesse vitória", disse
ele, que defende voto aberto em
cassações. Para o líder do PDT
na Câmara, Miro Teixeira (RJ),
o voto poderia ser aberto apenas em reuniões partidárias e
de bancada.
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