São Paulo, terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Próximo Texto | Índice

Painel

VERA MAGALHÃES (interina) - painel@uol.com.br

Demarcação

Minutos depois de Edison Lobão posar ontem para fotos como o novo ministro de Minas e Energia, a cúpula do PMDB já cobrava a posse de 21 cargos no setor elétrico a serem preenchidos num prazo de 60 dias.
Lideranças do partido diretamente interessadas na ocupação de espaços avaliam que é preciso dar uma resposta rápida aos petistas, que resistem em ceder as cadeiras. Além disso, o discurso de Lula no qual pediu a Lobão que "monte sua equipe" e saiba detectar a "inteligência viva do setor" para compor o seu time foi lido como um recado. O presidente estaria sugerindo que os peemedebistas terão, sim, de dividir espaço com aliados da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil).

Rodízio. A "jóia da coroa" é a Eletrobras. O atual presidente da estatal, Valter Cardeal, deve voltar para a diretoria de Engenharia. Pode dar lugar a Carlos Nascimento, hoje à frente da Eletronorte. Astrogildo Quental, antes cotado para a presidência, ficará com a diretoria financeira.

Cerimonial. Políticos da base aliada estranharam tanto o entusiasmo de Paulo Maluf (PP-SP), primeiro a chegar para a posse de Edison Lobão, quanto a ausência de José Sarney (PMDB-AP), padrinho da indicação do ministro.

Pressa. Às vésperas da prestação de contas do PAC, o ministro Márcio Fortes (Cidades) passou o fim de semana pendurado ao telefone com prefeitos cobrando pendências em obras. Ele garante que empenhou 99% dos R$ 4 bilhões disponíveis em sua pasta para o programa em 2007.

Alvo. Um dos casos que compõem a nova leva de documentos recebidos pela CPI das ONGs com suspeita de desvio de verbas é o da Associação dos Rondonistas de Santa Catarina, que recebeu R$ 76,4 milhões desde 1999 a título de assistência indígena.

Fins. Na Receita, a associação catarinense tem como atividade a "defesa de direitos sociais" e "organizações associativas ligadas à cultura e à arte". A sede funciona na sala de um edifício no centro de Florianópolis. A Funasa diz que a ONG atende 38.658 índios de quatro etnias.

Até o fim. Ao fazer o gesto de confiar a Gilberto Kassab a coordenação das negociações políticas para a própria campanha de reeleição em São Paulo, o DEM deixará claro que não aceitará a hipótese de, mais tarde, o prefeito desistir de concorrer diante de um impasse com os tucanos.

Sem pressa. O deputado Paulo Pereira da Silva e o secretário municipal do Trabalho de São Paulo, Geraldo Vinholi, chegaram a acordo sobre a permanência do PDT -partido de ambos- na gestão Kassab. Até a definição das candidaturas, ninguém precisa entregar seus cargos.

Retorno. Afastado do comando do PT desde que passou a chefiar o gabinete da Presidência, Gilberto Carvalho integrará uma comissão responsável pela criação da escola de formação politica do partido. Também será suplente no Diretório Nacional.

Siga o chefe. O PT decidiu fazer média com Lula e encomendou apenas vinhos e champanhes nacionais para a festa de 28 anos de sua fundação, 13 de fevereiro, em Brasília. No mês passado, o presidente pedira a seu cerimonial que servisse só bebidas brasileiras em eventos do governo.

Suspense. Herdeiro da cadeira do pai no Senado, Edison Lobão Filho (DEM-MA) ainda não comunicou a Casa sobre sua eventual posse.

Férias. Questionado sobre as chances de reunir líderes do Senado antes do Carnaval para discutir a agenda do semestre, o presidente da Casa, Garibaldi Alves (PMDB-RN), foi direto: "Não posso obrigar ninguém a vir. Estou torcendo para que eles não venham".

Tiroteio

"A revolta do IPTU mostra que o DEM pratica no Rio tudo aquilo de ruim que costuma atribuir ao governo Lula: faz uma gestão caótica, aumenta a carga tributária e presta péssimos serviços."


Do deputado federal PAULO TEIXEIRA (PT-SP) sobre a administração do Rio, onde parte da população se recusa a pagar o IPTU na data prevista a fim de protestar contra o prefeito Cesar Maia (DEM).

Contraponto

Quase lá

No início dos anos 90, como titular da Secretaria de Educação de São Paulo, o escritor Fernando Morais participava de um evento em Votuporanga, no interior do Estado, quando decidiu, logo depois da solenidade, visitar um conhecido seu na cidade.
Morais foi recebido com festa na casa do rapaz, que, empolgado, quis apresentá-lo à mãe:
-Este aqui é o Fernando Morais. Ele é escritor.
Sem resposta, o filho acrescentou:
-É um escritor famoso. Ele escreveu "Olga"!
A mulher, enfim, demonstrou animação:
-Ah, conheço, sim: é a "Orca, A Baleia Assassina", né?


Próximo Texto: Em recado a Dilma, Lobão diz que ninguém tutela ministro
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.