São Paulo, quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

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Toda Mídia

NELSON DE SÁ - nelsondesa@folhasp.com.br

Do mercado

No topo das buscas de Brasil pelo Google News, a Bloomberg anunciava que o Banco Central poderia "cortar os juros para conter a recessão", afinal. E que em sua pesquisa com 49 economistas, 25 apostavam no corte de 0,75 ponto, 16 em 0,5 e só 8 em 1.
No topo das buscas pelo Yahoo News e na manchete do UOL no final do dia, "Expectativa sobre juros faz Bolsa subir". Por "expectativa", leia-se o corte de 0,75, aposta de quase todo o mercado.
Pois o mercado perdeu. Às 20h na Folha Online, Henrique Meirelles "surpreende", corta a taxa em 1 ponto e avisa que é só o "início". "Economistas do mercado" saíram reclamando no Globo Online que foi "arrojado" e expõe a economia a "risco".

O SISTEMA FALIU

Coincidindo com a estreia de Barack Obama, Nouriel Roubini deu palestra em Dubai e a Bloomberg destacou sua declaração de que o sistema bancário americano está "efetivamente insolvente". Mais, "os problemas de Citi, Bank of America e outros sugerem que o sistema faliu". As perdas podem bater em US$ 3,6 trilhões.
O site de Roubini, RGE Monitor, trata do Brasil num outro post, de Brian Butler, que sublinha a crise mexicana e sugere aos investidores, no enunciado, "O México cai, mas não punam o Brasil...". As duas economias estariam "respondendo de forma diferente à crise global".

SEM HUGO CHÁVEZ
Com ampla repercussão externa, a Petrobras anunciou que pode construir a refinaria de Pernambuco sem a venezuelana PDVSA. Dias atrás, a Venezuela foi manchete do "NYT" ao reabrir contatos com petroleiras americanas, sedenta de recursos.

EXXON NO PRÉ-SAL
Também em destaque nos sites de busca de notícias, o "WSJ" e outros informaram ontem que a americana ExxonMobil anunciou ter encontrado "traços de petróleo" em seu bloco na bacia de Santos, o último a ser perfurado na camada pré-sal.

"SUERTE"
granma.cubaweb.cu
Sozinho no mundo, o jornal estatal cubano "Granma" escondeu a posse de Obama em sua página 4, ontem. Mas Raúl Castro surgiu no final do dia para desejar "sorte" ao novo presidente, que "parece um bom homem"

UNILATERAL

Na manchete on-line do espanhol "El País", "Reaparece Fidel Castro". Pelo menos foi o que Cristina Kirchner contou à agência argentina Telám, sobre o encontro com o cubano, que pareceu estar "muito bem".
No mesmo jornal, o mexicano Jorge Castañeda sugeriu que Obama avance na relação com Cuba através de "um fim unilateral ao embargo". E que Lula, o mexicano Felipe Calderón e outros deem então "apoio público" para Cuba se democratizar e não seguir a via vietnamita ou chinesa, de abertura econômica sem abertura política. O problema, escreve, é que Fidel, se vivo, não aceitaria.

OBAMA E A DITADURA

Agências e jornais ocidentais como o "NYT" relatam que a mídia estatal chinesa censurou o discurso de Barack Obama, anteontem. A rede CCTV transmitia ao vivo até que ele questionou o "comunismo". Ao surgir a palavra, na tradução simultânea, som e vídeo foram cortados para um âncora da transmissão, no estúdio, que titubeou antes de chamar um comentário de economia.
Um editor do "China Daily" disse à AP que os redatores que censuraram a transcrição on-line do pronunciamento buscavam "proteger os interesses nacionais".

CAMPEÃO DE AUDIÊNCIA
blog.twitter.com
No Twitter, o salto de "tweets" com Obama
O tráfego pela internet nos EUA bateu recorde no início do discurso de Obama, segundo a Packet Clearing House, órgão sem fins lucrativos que "analisa audiência on-line" -escolhido como fonte pelo "NYT", que evitou assim os levantamentos inconfiáveis da web.
"Todos queriam vídeo." A CNN diz que "alimentou" 21,3 milhões de "streams", contra 5,3 milhões na eleição. A certa altura, 1,3 milhão simultaneamente.
Foi também dia de recorde para o Twitter, que postou até gráfico em seu blog oficial, com pico de audiência no momento do juramento de Obama.

EM GAZA
youtube.com/user/rederecord
Depois de CNN e outras televisões ocidentais, também uma emissora do Brasil conseguiu enfim entrar na região isolada da Palestina, já levando reportagem anteontem ao ar (acima). E desta vez foi a Record


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@ - Nelson de Sá


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