São Paulo, sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

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Painel

SILVIO NAVARRO (interino) - painel@uol.com.br

Grandes esperanças

Em reunião do conselho da Fiesp no início da semana, o presidente da entidade, Paulo Skaf (PSB), discorreu por mais de hora a respeito de suas perspectivas eleitorais. Apesar do 1% registrado na pesquisa Datafolha sobre a disputa pelo governo de São Paulo e da preferência de Lula por Ciro Gomes, ele manifestou aos colegas a avaliação de que, se a campanha reunir volume suficiente de recursos, "dá para ganhar".
O neossocialista Skaf disse ainda que está na hora de empresários, e não sindicalistas, administrarem o país, no que foi apoiado com entusiasmo por Jorge Gerdau, um dos presentes ao encontro.




Esteio. No meio empresarial, os principais nomes engajados no projeto eleitoral de Skaf são Benjamin Steinbruch (CSN) e Josué Gomes da Silva (Coteminas), filho do vice-presidente José Alencar.

Alerta. Com o aumento no tom dos ataques entre tucanos e petistas, foi ouvido no PT que "baixaria afugenta o eleitor", em referência à nota do presidente da sigla, Ricardo Berzoini, e do futuro, José Eduardo Dutra, tratando Sérgio Guerra (PSDB-PE) como "jagunço da política".

Tintas 1. Dutra argumenta que foi Guerra quem "chutou a canela" primeiro ao afirmar que Dilma Rousseff "mente". E minimiza: "A nota deles foi grosseira e virulenta. A nossa tem um toque de ironia".

Tintas 2. Do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), aliado e conterrâneo de Sérgio Guerra: "A escolha da palavra mostra um preconceito tacanho que há muito deveria estar banido do debate político. Grosseria e má educação são elementos inerentes à personalidade da ministra".

Talheres. Na conversa que quer ter com Lula, a cúpula do PMDB levará dois pleitos: que fiquem claras as regras nos Estados onde não haverá aliança com o PT; e que será o partido, e não o presidente, que irá escolher o vice.

Veja bem. Do presidente da Câmara, Michel Temer (SP), após negar que o tema da vice foi debatido no jantar do PMDB: "Sou candidato a deputado federal. Esta questão de vice, inclusive, está me prejudicando eleitoralmente".

Distância. Enquanto sobe a fervura no partido, o ministro peemedebista Hélio Costa (Comunicações) prorrogou a volta das férias para terça.

Interruptor. Uma queda de luz deixou a reunião ministerial de ontem às escuras por 30 segundos. Dilma aproveitou para brincar com o ministro de Minas e Energia: "Lobão, olha o apagão aí!"

Guichê. Em ano eleitoral, o presidente informou ter determinado a Nelson Jobim (Defesa) a criação de um cargo de "autoridade de aeroporto". Na prática, seria uma espécie de gerente nomeado para cada terminal aéreo.

Fatura. Lula encerrou o encontro com seus auxiliares dizendo que "deve" ao vice, José Alencar (PRB), a candidatura ao Senado por Minas Gerais. Afirmou se tratar de uma retribuição aos anos que "roubou" dele como senador eleito no primeiro mandato.

Caso antigo. Apesar da tentativa do PT em "despolitizar" a operação da Polícia Federal sobre desvios na área da saúde da Prefeitura de Porto Alegre, aliados de José Fogaça (PMDB) afirmam que o caso foi descoberto em 2007 pelo Tribunal de Contas do Estado. Fogaça oficializará a candidatura ao governo contra Tarso Genro (Justiça) dia 30.

Socorro. A CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), presidida pela senadora Kátia Abreu (DEM-TO), enviará 130 toneladas de alimentos para as vítimas do terremoto no Haiti.

com LETÍCIA SANDER e MALU DELGADO

Tiroteio

O PSDB não deveria se animar tanto com o exemplo chileno porque governa São Paulo há 15 anos e o Alckmin é candidato de novo.

Do deputado PAULO TEIXEIRA (PT-SP), sobre comparações do PSDB entre o fracasso de Michelle Bachelet em transferir votos ao seu candidato, apesar da boa popularidade, e o apoio de Lula a Dilma Rousseff.

Contraponto

Gabinete de crise

O presidente Lula brincou ontem na reunião ministerial que em breve receberá dezenas de ministros entregando o cargo para se candidatar às eleições:
-Eu mandei montar um confessionário! Mas, se alguém tiver dúvida, saiba que sou bom de convencimento. Olha o Orlando Silva!-, disse Lula, sobre a opção do ministro dos Esportes em assumir o posto de autoridade olímpica em troca de disputar as eleições.
Orlando olhou para Geddel Vieira Lima (Integração), pré-candidato ao governo baiano contra o PT, e emendou:
-O Geddel está dizendo que passa ainda hoje lá!
O ministro peemedebista tratou logo de desmentir.


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