São Paulo, sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

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Apoio a governo do DF racha a cúpula do DEM

FILIPE COUTINHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A decisão do Diretório Distrital do DEM de manter o apoio ao governador José Roberto Arruda (sem partido), que deixou a legenda antes de ser expulso, causou ontem um racha no partido. A unanimidade no DEM-DF não se repete na Executiva Nacional, que teme que o partido seja identificado na eleição como "mensaleiro".
De um lado, o líder da legenda na Câmara dos Deputados, deputado Ronaldo Caiado (GO), quer dissolver o diretório no DF. Segundo Caiado, é uma incoerência Arruda ter saído do partido e o diretório regional apoiá-lo. "É uma afronta à decisão do Diretório Nacional. Se é contra o governador, é contra o governo", disse.
O presidente do partido, deputado Rodrigo Maia (RJ), minimiza o racha e defende que a posição seja tomada em abril. "Ele tem o direito de fazer a proposta e conversaremos no momento certo. Não sou contra nem a favor."
Maia deu a entender que não há problema no apoio do DEM distrital a Arruda. "As políticas do governo têm a aprovação da população. Essa discussão tem que ser feita com calma", afirmou.
O DEM-DF é presidido pelo vice-governador Paulo Octávio, acusado de receber 30% das propinas do mensalão distrital, o que ele nega. Sobre a decisão de manter o apoio a Arruda, Paulo Octávio não vê contradição.
Menos de 72 horas após anunciar que não concorreria ao governo, Paulo Octávio recuou ontem. Para ele, a palavra final será do DEM distrital. "Quando disse que não era candidato, quis dizer que não tinha me colocado como o candidato do partido. O nome será definido em junho."
Maia contemporiza: "Houve um erro de comunicação. Se ele é filiado, tem direito a concorrer". O presidente do DEM defende que a candidatura seja definida após abril.
O vice é também dono da maior empreiteira do DF, cujo diretor Marcelo Carvalho aparece em vídeo dando dinheiro a Durval Barbosa, pivô do mensalão. Ao contrário de todos os acusados, afastados do governo após a crise, Carvalho mantém-se no cargo. "É um caso de pessoa física. Estou afastado do grupo", disse Paulo Octávio.


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