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ESTADOS
Governo federal vai, ainda, notificar oficialmente os organismos internacionais sobre riscos de inadimplência
Fazenda suspende contratos com MG e RS
da Sucursal de Brasília
O Ministério
da Fazenda decidiu suspender
o envio ao Senado de projetos já
negociados com
Minas Gerais e
Rio Grande do
Sul como resposta à postura dos
dois governos na crise das dívidas
estaduais. A medida vai provocar
uma perda de crédito de US$ 410
milhões para os dois Estados.
O ministério também vai informar oficialmente os organismos
internacionais de crédito sobre o
risco de inadimplência envolvendo os dois Estados. Segundo o governo, a notificação poderá frustrar uma receita de US$ 379,7 milhões que seriam desembolsados.
Além disso, o ministério vai também se opor à aprovação de novos
projetos desses Estados em análise
pela Cofiex (Comissão de Financiamentos Externos), no valor de
US$ 352 milhões.
O governo gaúcho está depositando em juízo as parcelas da dívida que tem com a União e exige renegociação. No caso de Minas, a
opção foi pela moratória com o governo federal.
Na nota divulgada ontem, o Ministério da Fazenda informou ainda que o país vai honrar integralmente os compromissos internacionais, inclusive os eurobônus
emitidos por Minas Gerais. No dia
10 de fevereiro vence a primeira
parcela dos títulos emitidos pelo
ex-governador Hélio Garcia, de
US$ 108 milhões.
Ontem, o secretário de Fazenda
de Minas, Alexandre Dupeyrat,
disse que é "problema da União" o
pagamento da dívida externa mineira em títulos.
"Eles (a União) estão até com dinheiro sobrando para pagar essa
dívida externa. Agora, isso é problema do governo federal. Eu vou
ficar muito surpreso se eles não pagarem, pois eles têm dinheiro mais
que suficiente", disse Dupeyrat.
²
Perdas
As medidas anunciadas ontem
irão prejudicar com maior impacto o Rio Grande do Sul, que poderá
perder US$ 640,4 milhões. No caso
de Minas Gerais, o Estado poderá
perder financiamentos no valor de
US$ 501,3 milhões que estavam
previstos.
O advogado-geral da União, Geraldo Quintão, disse que irá apresentar ao STF (Supremo Tribunal
Federal) uma ação judicial contra
o Rio Grande do Sul na próxima
semana.
O governador do Estado, Olívio
Dutra (PT), evitou adotar moratória, mas decidiu depositar em juízo
a parcela da dívida com a União
que deveria ter sido paga no dia 15.
No texto distribuído ontem à imprensa, o ministério reafirma ainda que o governo continuará adotando todas as providências administrativas e judiciais cabíveis.
O presidente do STF concedeu,na noite de quarta-feira, um
prazo de 72 horas para que o governador Itamar Franco (MG)
possa contestar o recurso que foi
apresentado pela Advocacia Geral
da União.
A AGU quer cassar liminar obtida por Itamar no Tribunal de Justiça de Minas Gerais, que impede o
sequestro de dinheiro do Estado
para a União a fim de quitar dívidas.
Ontem, o governador Itamar
Franco (PMDB) autorizou a realização de um leilão de 166 veículos
oficiais e a demissão de mais de
400 servidores sem concurso, com
o objetivo de reduzir custos.
²
Colaborou a Agência
Folha,
em Belo Horizonte
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