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ELEIÇÕES
Deputada diz não ser contra o PT, mas que PSB precisa da eleição em SP para se afirmar como opção
Erundina descarta retirar candidatura
KENNEDY ALENCAR
da Reportagem Local
A deputada federal Luiza Erundina (PSB) sepultou ontem a possibilidade de desistir da eleição
paulistana em favor da candidata
do PT, Marta Suplicy.
""Sou candidata e ponto. Não tenho rejeição ao PT e à Marta, mas
o PSB só se construirá como alternativa no campo das esquerdas se
disputar a Prefeitura de São Paulo", disse Erundina à Folha.
A ex-prefeita, que nos bastidores cogitou de desistir há um mês,
acabou com a dúvida após obter
do PSB autonomia para alianças e
condução de campanha.
No último dia 12, a Executiva
paulistana do PSB aprovou liberdade total de ação. Erundina foi a
Brasília, conversou com lideranças nacionais e teve a garantia de
que não seria atropelada.
A deputada temia que a Executiva Nacional costurasse um acordo com o PT. A cúpula do PSB recomendava alianças com PT,
PDT, PC do B e PCB -excluindo
partidos com os quais Erundina
conversava, como PMDB e PV.
Erundina também quer bombardear o discurso de voto útil,
pregado pelo PT. A última pesquisa Datafolha, de 10 de fevereiro, mostrou que, se ela desistisse,
Marta seria a maior beneficiada.
Com Erundina, Marta tem de
30% a 33%. Sem ela, atinge 37%
(leva 54% dos eleitores da deputada). Marta lidera em todos os cenários. Em segundo, está o PPB.
Paulo Maluf tem 23%. Francisco
Rossi, 15% e 18%. Em terceiro,
surge Erundina (11% e 12%).
O presidente petista, José Dirceu, conversou com Erundina na
semana passada. Disse que o partido pararia com as pressões públicas. O PT avaliava que os apelos pela mídia levariam Erundina
a disputar até sem aliança.
A deputada, que condicionara a
candidatura a um arco de alianças, disse ontem: ""Se não fizer
alianças, vou sozinha com o PSB".
A Folha apurou que Erundina
só desistiria no primeiro turno na
hipótese de ela ou de Marta ficarem fora do segundo turno ou de
vitória de um candidato à direita,
como Maluf, já na primeira etapa.
A deputada julga esses cenários
praticamente impossíveis.
Erundina diz que não fará campanha contra o PT e que, se não
for para o segundo turno, será ""o
primeiro cabo eleitoral de Marta".
A prioridade da ex-prefeita nesse momento é fechar apoios e preparar o programa de governo.
Ontem, ela se reuniu com o pré-candidato do PPS Emerson Kapaz, que chegou ao encontro com
a esperança de demovê-la da candidatura. Erundina reafirmou sua
intenção de disputar, e agora é
Kapaz quem sofrerá pressão para
sair do páreo em favor dela.
A Folha apurou que Roberto
Freire, presidente nacional do
PPS, defende essa fórmula.
A deputada pretende ter o apoio
do PDT, hoje mais próximo de
Marta. As chances de uma composição com o PMDB, hoje, são
praticamente nulas.
Erundina vai propor a criação
de subprefeituras, reagrupando
as administrações regionais. Os
subprefeitos seriam eleitos. Avalia que, em um ano, aprova a idéia
no Legislativo e a põe em prática.
Cada subprefeitura ficaria com
uma parte dos recursos que gera
para aplicar na região. ""Todos os
partidos vão apoiar, pois abrirei
mão de poder. Eles poderão lançar candidatos a suprefeitos, que
teriam uma parcela de Orçamento próprio", declara.
Para mostrar que pretende começar logo a campanha, ela diz
que o ex-secretário da Segurança
Pública Antônio Cláudio Mariz
coordena um grupo de programa
de governo.
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