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São Paulo, sábado, 22 de fevereiro de 2003

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OUTRO LADO

Youssef nega envolvimento com casos Copel e Banestado de NY

JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA

O doleiro Alberto Youssef, 36, acusado de participação na fraude contra a estatal paranaense Copel e o governo do Paraná, negou, em entrevista à Agência Folha, ter conhecimento do caso.
"Fiquei sabendo dessa história hoje [ontem], pelos jornais. É um absurdo relacionar meu nome ao esquema. Queria saber porque não prendem o [ex] secretário da Fazenda [Ingo Hubert, que acumulava a presidência da Copel], não prendem os diretores da empresa [Olvepar]. Eu não tenho nem noção de como foram feitas essas transações. Eu sou apenas um ex-doleiro, nunca lavei dinheiro", afirmou.
O doleiro negou ainda participar participar de um esquema de lavagem de dinheiro através do Banestado de Nova York, de que também é acusado.
Na entrevista, Youssef disse que operava contas "offshore" no banco "obedecendo à legislação americana". Ele afirmou que só a Justiça dos EUA poderá determinar que ele "decline" o nome dos clientes para os quais operava.
Alberto Youssef disse, mostrando um volume com mais de mil páginas, que laudo da perícia feita pela Polícia Federal em Nova York em nenhum momento relaciona suas operações com lavagem de dinheiro.
Leia trechos da entrevista:

Fantasmas e CC-5 "Só o Ministério Público do Paraná relaciona meu nome a contas fantasmas, de laranjas ou lavagem de dinheiro. Não existe nenhum processo nesse sentido no Ministério Público Federal. Sempre operei dentro das leis, no Brasil e nos Estados Unidos."

"Offshore" e Banestado de NY "Não há o que negar, fui procurador da Ramby International, da June International e da conta de Elias Kalin Youssef [seu irmão, já morto]. Nada tenho a ver com a conta de Luzia Isabel Lopes Bazzo [sua cunhada]. Essas contas obedeciam à legislação americana para o sistema financeiro. Nunca os EUA questionaram essas contas."

Clientes "Estou processando a "IstoÉ" por ter me relacionado com pessoas ligadas ao tráfico e por falar que estou foragido. Eu nunca me omiti perante a Justiça. Agora, o sigilo profissional me impede de declinar o nome dos meus clientes. Se os EUA exigirem, aí sim poderei declinar o nome dos clientes. Mas o Brasil não tem nada a ver com o que ocorreu nos EUA."

Operações no Banestado de NY "Volto a frisar: a tese de que as movimentações eram de dinheiro de contas CC-5 está totalmente equivocada. Esse dinheiro movimentado nos EUA não saiu do Brasil. Deixei de operar no mercado internacional a partir de 1998, porque deixou de ser rentável. E, graças à pressão da imprensa, hoje nem opero mais com câmbio. Minha empresa [Youssef Câmbios e Turismo] só trabalha com turismo."


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