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São Paulo, sábado, 22 de fevereiro de 2003

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PANORÂMICA

NARCOTRÁFICO

Desembargador aponta tráfico de influência no TRF
O desembargador federal Plauto Ribeiro, do TRF (Tribunal Regional Federal) da 1ª Região, disse ontem que há "indícios de tráfico de influência" contra o seu colega Eustáquio Silveira e a juíza federal da 21ª Vara em Brasília, Vera Carla, mulher de Silveira.
Ribeiro presidiu a comissão de sindicância que concluiu anteontem pela abertura de processo administrativo contra o casal e pelo afastamento de ambos do cargo durante a apuração. As medidas foram aprovadas na Corte Especial do TRF, por decisão unânime.
"Existem indícios de que houve tráfico de influência dentro do TRF, o que representa conduta incompatível com o exercício do cargo." Ele disse que esse desvio de conduta corresponde à falta de decoro de que deputados e senadores podem ser acusados.
Essa foi a primeira vez que a possibilidade de existência de tráfico de influência no tribunal foi publicamente admitida por um magistrado. Ribeiro descartou, entretanto, o risco de venda de decisões judiciais para libertação de pessoas acusadas de tráfico de drogas. "Nesse tribunal nunca houve venda de habeas corpus."
O casal estuda recorrer da decisão da Corte Especial. Uma possibilidade é mover um mandado de segurança no tribunal, sob argumento de que ele deveria ter sido ouvido antes de ser punido com afastamento, o que não ocorreu.
As condutas do casal estão sob suspeita por causa de diálogos do filho deles, Igor Silveira, que constam nas gravações telefônicas feitas pela PF com autorização judicial. Igor Silveira assessorava o deputado Pinheiro Landim (sem partido-CE), acusado de intermediar esquema de venda de habeas corpus para traficantes.


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